2º Coopera Mais Brasil reúne lideranças do cooperativismo em Brasília
Encontro nacional fortalece políticas para agricultura familiar e cooperativas
Uma
comitiva do Acre, composta por representantes do Sistema OCB/AC, da Unicafes
Acre e de cooperativas ligadas à agricultura familiar, participou do 2º
Encontro Nacional do Cooperativismo – Coopera Mais Brasil, realizado de 8 a 11
de setembro, no ParlaMundi da Legião da Boa Vontade (LBV), em Brasília.
O
evento, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura
Familiar (MDA), reuniu cerca de 300 organizações cooperativistas de todo o
país, além de autoridades, gestores públicos, instituições financeiras e
representantes da economia solidária. O objetivo foi celebrar um ano do
programa Coopera Mais Brasil, avaliar avanços, discutir desafios e propor
políticas públicas para fortalecer a agricultura familiar e o cooperativismo.
Representação do Acre
A
delegação acreana foi formada por lideranças de destaque, entre elas:
• Manoel
Monteiro, superintendente da Cooperacre;
• José
Rodrigues de Araújo, presidente da Cooperacre e da Coopaeb;
• Edinar
Facundo de Oliveira, gerente Administrativa Geral da Cooperacre e conselheira
do Sescoop Acre;
• Fátima
Maria Pedrosa Maciel, presidente da Unicafes Acre e da Cooperativa Acre Verde;
• Jonisete
de Lima Mendes, vice-presidente da Unicafes Acre e presidente da Coopaf;
• Marlon
de Sousa e Souza, diretor de Juventude da Unicafes;
• Maria
Elizabete Saraiva Feitosa, secretária de Formação da Unicafes;
• Carlos
Omar da Silva, coordenador da Unisol Acre;
• Maria
Evilalbia Feitosa Gomes do Nascimento, Angélica Sousa da Silva Freitas, Joelma
Maria de Freitas Dantas da Silva, Dande Tavares, consultor da Rede Cooperacre,
e Erick Venâncio, assessor Jurídico do Sescoop Acre.
Convidados
pelo MDA, os representantes levaram a força da agricultura familiar acreana ao
cenário nacional e participaram ativamente dos debates.
Programação e temas estratégicos
A
agenda do encontro contemplou painéis, rodas de conversa e oficinas técnicas
sobre assuntos centrais para o setor, como:
• crédito
e financiamento da produção de alimentos saudáveis;
• compras
públicas e combate à fome, com foco no PAA e no PNAE;
• florestas
produtivas e cadeias da sociobiodiversidade;
• inovação
tecnológica na pecuária leiteira;
• impacto
do “tarifaço” nas exportações;
• difusão
de bioinsumos, agroindústria, mecanização e energia solar.
Também
foram debatidos o protagonismo feminino no cooperativismo, a valorização das
comunidades tradicionais e a ampliação do acesso a políticas públicas.
Acre em evidência
Na
abertura, o ministro do MDA, Paulo Teixeira, destacou a relevância dos
programas PAA e PNAE para garantir renda aos agricultores familiares e ampliar
a segurança alimentar. Já o secretário nacional de Economia Solidária, Gilberto
Carvalho, ressaltou o cooperativismo como instrumento de inclusão e justiça social.
O
presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, apresentou as estratégias do governo
para enfrentar os efeitos do “tarifaço” e defendeu a valorização dos produtos
regionais, ressaltando sua identidade própria no mercado internacional.
O
superintendente do MDA no Acre, Cesário Braga, reforçou a importância do
encontro:
“O
Coopera Mais Brasil mostra o quanto o cooperativismo é central para o futuro da
agricultura familiar. A presença da Unisol, da Unicafes e da OCB/Sescoop
reafirma a força do Acre nessa construção coletiva. É um espaço de união,
diálogo e planejamento para que as cooperativas tenham mais acesso a crédito,
inovação e mercados, transformando a vida de milhares de famílias
agricultoras”.
Cooperacre apresenta case de sucesso
Em painel sobre Florestas Produtivas e Cadeias da Sociobiodiversidade, o superintendente da Cooperacre, Manoel Monteiro, apresentou o case da rede que integra 12 cooperativas singulares e já exporta para 11 países.
Com
24 anos de atuação, a Cooperacre está presente em 20 dos 22 municípios
acreanos, envolvendo mais de 5 mil famílias agroextrativistas. Sua atuação
conecta produção, beneficiamento e comercialização sustentável, gerando
inclusão produtiva, segurança alimentar e renda. A rede também fortalece
cadeias como as da castanha-do-brasil, borracha, frutas tropicais, café
amazônico e, futuramente, cacau nativo.
Manoel
Monteiro destacou o impacto socioambiental da cooperativa: “A Cooperacre se
consolidou como elo entre a floresta e o mercado, agregando valor à produção comunitária
e promovendo desenvolvimento sustentável. Nosso modelo alia geração de renda,
conservação da biodiversidade e enfrentamento às mudanças climáticas”.
Atualmente,
a rede beneficia mais de 5.300 famílias, gera cerca de 500 empregos diretos e
indiretos e impacta positivamente uma área estimada em 5 milhões de hectares
com práticas sustentáveis.
Relevância para o estado
A
expressiva participação acreana no encontro reforça o compromisso do estado com
o desenvolvimento sustentável, a inclusão social e o fortalecimento da
agricultura familiar. Ao retornar, a delegação traz novas experiências e
articulações, consolidando o Acre como referência nacional no cooperativismo e
na sociobioeconomia.
Texto: Andréia Oliveira