A Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI) realiza, nesta semana, os testes operacionais no Complexo
Industrial de Café do Juruá, em Mâncio Lima. Nesta segunda e terça-feira, 28 e
29, a diretora de Economia Sustentável e Industrialização, Perpétua
Almeida, o gerente da Unidade de Fomento
às Estratégias ASG, Rogério Araújo, e o líder do projeto, Eduardo Tosta,
acompanharam os procedimentos, coordenados por especialistas da fabricante das
máquinas.
A iniciativa integra o projeto Café Amazônia
Sustentável, da ABDI, realizado em parceria com a Cooperativa de Produtores de
Café do Juruá, a Coopercafé, que tem como objetivo implantar um modelo
cooperativista sustentável de beneficiamento de café na região do Juruá.
Ao longo da semana, serão realizados testes com
grande volume de café para avaliar o funcionamento operacional das máquinas
como, por exemplo, secadores, descascadores, peneiras, elevadores, dentre
outros.
A testagem coincide com a colheita da primeira
safra de café do ano e antecede a inauguração do complexo, prevista para depois
da segunda quinzena de maio.
“Quando contamos da data que assinei a ordem de
serviço da obra até hoje, temos uma grande indústria funcionando em 1 ano e 4
meses. É um tempo recorde. Penso que nenhuma obra pública no Acre ficou de pé
em um tempo tão curto”, disse a diretora.
Orçado em mais de R$ 10 milhões, estima-se que
o projeto alcance, até o final de 2025, mais de 150 famílias e 1.500 pessoas.
“Aqui estamos concluindo um sonho dos nossos
produtores rurais. Eu só tenho a agradecer à ABDI e ao Governo Federal por
trazer um aporte de guia tão forte aqui para a nossa região. 80% dos nossos
produtores cooperados são da agricultura familiar”, afirmou o presidente da
Coopercafé, Jonas Lima.
O líder do projeto explicou a capacidade do
parque fabril e os processos realizados no local, que vão desde a secagem até a
classificação do grão.
“São 11 secadores, 9 de 15 mil litros e 2
menores. Também é possível ter café despoupado, que é quando você consegue
separar o grão maduro, verde e o boia. Isso propicia uma maior qualidade do
resultado final do produto. Temos equipamentos tanto para preparar o café
padrão, para o mercado nacional, e também para exportação”.
Potencial do Juruá
Atualmente, existem 1,5 milhões de pés de cafés
plantados na região pelos produtores cooperados, sendo que mais da metade
dessas plantações são de pequenos e médios produtores. A previsão é de que, na
safra de 2025, serão produzidas 20 mil sacas de café oriundas do projeto. Um
faturamento estimado em R$ 4 milhões.
Segundo o gerente da ABDI, o projeto é baseado
em pilares ambientais, sociais e de governança.
“Todo café plantado aqui ocorre em áreas que
não há desmatamento da floresta. Também destacamos que a energia do complexo
vem proveniente da energia solar”.
E acrescentou: “No que se refere ao aspecto
social, destacamos naturalmente o benefício que está trazendo ao agricultor
familiar, uma maior geração de renda para eles e seus familiares”.
Estima-se que a região do Juruá tenha mais de 5
milhões de pés de café plantados.
Entre os principais benefícios da implantação
do projeto, estão o aumento da produtividade e da qualidade do café, a redução
de gargalos da cadeia produtiva, assim como o aumento da renda direta e
indireta dos agricultores familiares da região. A iniciativa possibilitou,
ainda, o incremento de toda cadeia produtiva do café, com o crescimento do
número de produtores e de áreas cultivadas. Destaca-se a contribuição do
projeto para a transformação regional, com a significativa melhoria da
qualidade de vida dos agricultores e da região de forma geral.
O produtor de café Orlenilson Viana é um dos
beneficiados pelo projeto.
“Esse complexo é um sonho pra gente. Vamos
conseguir beneficiar nosso café nesse complexo, que tem uma linha completa para
fazer desde o café commodity até um café especial. Com isso, a gente consegue
dar qualidade e agregar valor ao nosso café”. Nós produtores só temos a
ganhar”, explicou.


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