Por Gontran Neto/Blog Urtiga do Juruá
O carnaval é uma festa popular, é difícil dizer exatamente em qual país nasceu, mas tem raízes em diferentes culturas e tradições, contudo basta uma pesquisa superficial para conhecer que o carnal surgiu há séculos em várias partes do planeta e tem origem pagã e cristã para celebrar a chegada da primavera ou o fim do inverno, na comemoração não faltava música, dança, comida e bebida. Por ser uma cerimônia que nasceu também com viés cristã, o carnaval passou a ser celebrado antes da Quaresma, um período de 40 dias de jejum e penitência que antecede a Páscoa.
Ainda com um pouco da história, o carnaval foi introduzido no Brasil pelos
portugueses lá pelo século XVI, e o tempo, evoluiu para incluir desfiles de
escolas de sambas, blocos de rua e outras manifestações culturais. Mas porque
tanto ódio atualmente? Assim como na política os fundamentalistas querem
implantar seu modo de vida e sua forma de crença é a única que salva, o
carnaval, com sua exuberância e diversidade, tornou-se um espelho da sociedade
contemporânea, refletindo suas tensões e polarizações.
Para aqueles que vivem em um mundo em que a máscara da hipocrisia é
predominante, e “cristãos” sem manchas e “absurdamente probo”, este momento no
Brasil é a celebração do capeta nas ruas e não há mais esperança na salvação
divina, implodiu com os valores tradicionais e morais e, portanto, o carnaval
além de amaldiçoado para os hipócritas é pecado “carnal” a celebração da
liberdade, da inclusão e da alegria.
A crescente visibilidade de questões de gênero, raça e classe durante o
carnaval é um ponto de conflitos, com alguns segmentos da sociedade sentindo-se
ameaçados ou desrespeitados por estas expressões, além disso, em um mundo cada
vez mais conectado pelas redes sociais, as vozes dissonantes encontram
plataformas amplificadas para expressar suas críticas e, por vezes, ódio. Fato
que, no Brasil, o Carnaval é uma das festas mais importantes do ano, atraindo
milhões de turistas e gerando bilhões de reais em receita.
Os fundamentalistas e negacionistas veem no carnaval uma afronta ao que
consideram ser uma ordem moral e social estabelecida, e a resposta apaixonada
das duas partes cria um ciclo de confronto e incompreensão. Portanto, o ódio em
torno do carnaval não é apenas contra a festividade em si, mas também contra o
que ela simboliza em termos de mudança e diversidade na sociedade
moderna.
A bíblia conta que quando Jesus fez o primeiro milagre, transformando água em
vinho nas Bodas de Caná, ele mostrou que a celebração e a alegria também têm
seu lugar na fé cristã. Porém, pecado é fazer da casa do Pai um covil de
ladrões.
É bom
lembrar aos “hipócritas”, que acreditam já estarem salvos com discurso
execrável, comportamento de superioridade e fundamentalismo religioso, que quem
torturou, maltratou, humilhou, crucificou Jesus, não foram os
foliões, ou os blocos de rua de pessoas que se reúnem para dançar e cantar nas
ruas, foram os líderes religiosos, mestres da lei, fariseus e os sacerdotes e
ainda fizeram farra para festejar a morte do filho de Deus. Já pensaram nisso?
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