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Facções obrigam moradores a dormir de portas abertas para facilitar fuga de traficantes em Salvador

Bairros dominados pelo tráfico são obrigados a deixar portas e portões destrancados. Quem desobedece paga caro: da tortura até a morte.

Em Salvador, o absurdo virou rotina: moradores de bairros dominados pelo tráfico são obrigados a deixar portas e portões destrancados para facilitar a fuga de criminosos durante operações policiais. A ordem, imposta pelas facções, não é uma simples “orientação” — é lei do crime. Quem desobedece paga caro: da tortura até a morte.

No Engenho Velho da Federação, uma moradora resume o drama: — “Moro aqui há 30 anos. Criei meus filhos nessa casa e nunca imaginei ter que dormir com a porta aberta. Já acordei no meio da noite com homens armados dentro da sala, mandando eu calar a boca porque estavam fugindo da polícia”.

O relato evidencia algo mais profundo: o Estado perdeu o controle sobre territórios inteiros da capital baiana, e quem dita as regras são os traficantes. O que deveria ser espaço de proteção e intimidade virou corredor de fuga para bandidos armados.

Casas viram rotas de fuga

E não se trata de um caso isolado. No Nordeste de Amaralina, no Subúrbio Ferroviário e em diversas outras localidades, moradores vivem a mesma rotina de terror. Muitos se mudam para escapar, outros tentam vender os imóveis, mas ninguém quer comprar casas em bairros onde se dorme com a porta aberta por ordem do tráfico.

Não à toa, só em 2025, ao menos 18 famílias já foram feitas reféns por criminosos em fuga. O número, subestimado, mostra que a violência não se limita às esquinas: ela invadiu os lares. E, pior, tornou-se previsível, quase normalizada.

A conivência do silêncio

Policiais confirmam o que todos já sabem: em bairros dominados, portas abertas são regra. “Se o bandido encontra resistência, pode matar o morador. Já vimos suspeitos sumirem porque entraram em casas e não podíamos agir”, admite um PM veterano.

Outro policial descreve as táticas: ora criminosos invadem casas e fazem reféns, ora entram escondidos sem serem vistos. Ambos os cenários mostram a mesma coisa: a população virou massa de manobra para garantir a sobrevivência das facções.

O preço do abandono

Para o coronel reformado Antônio Jorge Melo, não há dúvida: “As facções usam moradores como escudos humanos. A comunidade se torna a proteção do crime organizado”. Mais grave ainda: crianças são forçadas a brincar nas ruas e estudantes uniformizados servem de barreira para frear incursões policiais.

Ou seja: a criminalidade não apenas ocupa os becos e vielas, mas manipula o cotidiano da vida comunitária, transformando inocentes em estratégia militar.

A cidade sem portas

O que está acontecendo em Salvador é mais do que violência comum: é a institucionalização do medo. A capital baiana convive com um paradoxo cruel — quem fecha a porta para se proteger corre risco de morrer; quem obedece e deixa a porta aberta perde a própria liberdade.

Enquanto isso, autoridades seguem trocando acusações e promovendo estatísticas frias que pouco significam para quem já acordou com um fuzil apontado dentro de casa. O crime dita as regras, a polícia corre atrás, e a população paga o preço.

Salvador se tornou uma cidade sem portas. E, pior: sem respostas.
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