Depoente admite na CPMI do INSS que empresas ajudaram a movimentar R$ 300 milhões da Conafer
Crédito: Carlos
Moura/Agência Senado
Ao responder aos parlamentares da CPMI do INSS, em depoimento
nesta quinta-feira (16), Cícero Marcelino de Souza Santos admitiu que abriu
empresas para prestar serviços à Confederação Nacional dos Agricultores
Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer).
Para o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), com
o depoimento, Cícero na prática "reconheceu que recebeu o dinheiro [os R$
300 milhões] e o repassou".
No início do depoimento, o relator da CPMI, deputado federal
Alfredo Gaspar (União-AL), já havia acusado a Conafer de repassar R$ 300
milhões para as empresas do depoente e de sua esposa. Cícero respondeu que esse
volume de dinheiro se devia ao grande número de pagamentos, a muitas pessoas,
que ele fazia a pedido da confederação.
No entanto, o depoente negou ser um "laranja" ou peça
central do esquema de fraudes no INSS. Ele afirmou que mais recentemente
"rompeu completamente" com a Conafer e que não presta mais nenhum
serviço à entidade.
Cícero declarou à comissão que não tinha consciência de que os
recursos movimentados por ele eram irregulares, e que não se envolveu em
esquemas criminosos em nome de terceiros e com falsa titularidade.
Ele também disse que não se sente ameaçado, mas que tem
"preocupações sobre estar no meio disso" e aborrecimentos por ser
apresentado pela imprensa como "lavador de dinheiro ou assessor da
Conafer", o que ele nega.