ABDI amplia investimentos no café para fortalecer a cadeia produtiva no Juruá
Parceria com Prefeitura, Coopercafé e OCB prevê novas unidades de
secadores em Cruzeiro do Sul e Tarauacá.
O sucesso do Complexo Industrial de Café recém-inaugurado pela
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em Mâncio Lima já
impulsiona novos planos de expansão no Vale do Juruá. A diretora de Economia
Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, esteve nesta
quarta-feira (22) na Prefeitura de Cruzeiro do Sul, a convite do prefeito
Zequinha Lima e do presidente da Cooperativa dos Produtores de Café do Juruá
(CooperCafé), Jonas Lima. O encontro contou também com a presença do presidente
da Organização das Cooperativas Brasileiras no Acre (OCB/AC), Valdemiro Rocha.
O objetivo é estruturar a ampliação do projeto iniciado em Mâncio Lima, com a instalação de unidades de secadores industriais de café em Cruzeiro do Sul e a construção de secadores suspensos em Tarauacá, para atender propriedades menores. A medida estratégica visa criar “pernas” do projeto nos dois municípios, ampliando a capilaridade da iniciativa e fortalecendo o cooperativismo no Vale do Juruá.
Segundo o presidente da Cooperativa, Jonas Lima, o crescimento da cafeicultura regional é notável. “O produtor de café do Juruá está empolgado e acreditando nesse novo momento. Hoje já temos cerca de 8 milhões de pés plantados e nossa meta é colher uma grande safra em 2026. Com essa nova infraestrutura, poderemos beneficiar mais produtores e garantir que o café do Acre alcance novos mercados, com mais qualidade e valor agregado”, destacou.
A expansão dá sequência ao modelo já implementado em Mâncio Lima, que recebeu investimento de R$ 8 milhões da ABDI e R$ 2 milhões da CooperCafé, em uma planta industrial 100% sustentável. O projeto inicial já beneficia diretamente mais de 2 mil pessoas e tem gerado impacto socioeconômico expressivo, com aumento de mais de 30% na renda média dos cooperados.
A proposta discutida nesta nova fase prevê a instalação de infraestrutura de secagem, um dos principais gargalos logísticos para pequenos produtores. A ideia é reduzir perdas, garantir a qualidade do grão e ampliar o valor agregado do café produzido pela agricultura familiar em toda a região.
Para a diretora da ABDI, Perpétua Almeida, a reunião consolida o compromisso da Agência com o desenvolvimento sustentável da Amazônia, em sintonia com a Nova Indústria Brasil (NIB) e o fortalecimento das cadeias agroindustriais sustentáveis.
“O que fizemos em Mâncio Lima foi provar que é possível industrializar a produção da agricultura familiar na Amazônia com tecnologia, sustentabilidade e alto impacto social. Isso criou uma expectativa muito grande entre os produtores, e agora queremos trazer pelo menos uma etapa do beneficiamento, que é a secagem, para Cruzeiro do Sul e Tarauacá”, afirmou.