Região do Rio Madeira vive nova onda de devastação provocada pelo garimpo
Entre
fevereiro e julho de 2025, o número de balsas de garimpo no Rio Madeira saltou
de 130 para 542. A atividade ocorre em áreas próximas a terras indígenas e
unidades de conservação, com riscos de contaminação por mercúrio e impactos
graves às comunidades ribeirinhas e à biodiversidade
O Rio Madeira, um dos principais afluentes do Amazonas, tornou-se
novamente palco de uma explosão de garimpo ilegal. Em sobrevoo realizado no dia
19 de julho de 2025, o Greenpeace Brasil flagrou 542 balsas de garimpo operando
intensamente ao longo do leito do rio, distribuídas em 22 pontos entre Calama
(RO) e Novo Apuranã (AM). As embarcações, utilizadas para dragar o fundo do rio
em busca de ouro, estavam posicionadas perigosamente próximas a áreas
ambientalmente protegidas, como a Reserva Extrativista Lago do Cuniã e a Terra
Indígena Lago Jauari.
As imagens registradas integram um amplo esforço de monitoramento desenvolvido pela organização ambiental, com o uso de tecnologia avançada. Segundo o Greenpeace, o número de balsas representa um aumento de 316,92% em relação aos dados de fevereiro deste ano, quando foram contabilizadas 130 embarcações. Até junho, o número já havia saltado para 285, e apenas um mês depois mais do que dobrou, atingindo a marca atual. A escalada revela um ritmo preocupante de intensificação da mineração ilegal na região.
Sarah Santos de Jesus Pacini