Faltando poucos dias, apenas 47 países de 196 confirmaram presença na COP 30 em Belém
ONU alerta para impasse logístico e baixa adesão à COP 30 em Belém
A poucos dias da abertura, apenas 47 dos 196 países-membros da Convenção do Clima confirmaram oficialmente presença, um número considerado extremamente baixo para uma conferência deste porte. A situação acende o alerta para a credibilidade do encontro, que deveria ser um marco no avanço das metas climáticas globais.
Hospedagem continua como entrave
O déficit de infraestrutura é apontado como a principal causa para a demora nas confirmações. Belém dispõe de cerca de 18 mil leitos, muito abaixo da expectativa de público de 45 mil pessoas. Além disso, o preço médio das diárias — que em alguns casos chega a US$ 700 — ultrapassa em várias vezes o limite do subsídio diário da ONU, de US$ 149.
Como solução emergencial, o Brasil reservou dois cruzeiros com 6 mil leitos adicionais e garantiu pacotes de até US$ 220 por noite para delegações de países mais vulneráveis. No entanto, até mesmo esses valores seguem acima do teto estabelecido pela ONU para reembolsos.
Brasil mantém sede na Amazônia
Apesar da pressão de alguns países para transferir a conferência para outra cidade, o governo federal reafirmou que não existe plano B: Belém continuará como sede da COP 30. O argumento central é o valor simbólico e político da Amazônia como epicentro da luta climática mundial.
Críticos, porém, avaliam que a falta de planejamento logístico pode comprometer a representatividade do encontro, limitando a presença de nações em desenvolvimento — justamente as mais afetadas pela crise climática.
O que está em jogo
A COP 30 é considerada decisiva porque deve consolidar novas metas nacionais de redução de emissões e avançar em mecanismos de financiamento climático, como o Tropical Forest Forever Facility (TFFF), fundo internacional proposto pelo Brasil para preservação das florestas tropicais. Especialistas estimam que seriam necessários US$ 7 bilhões por ano apenas para garantir a integridade da Amazônia na próxima década.
Sem a presença de uma maioria expressiva de países, há o risco de que acordos centrais sobre financiamento e metas sejam adiados, comprometendo o alcance do Acordo de Paris.
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