AGU recupera quase R$ 1 milhão de servidor que abandonou o cargo
Funcionário do Incra recebeu sem trabalhar por mais de sete anos. Vitória da autarquia reforça a tese de imprescritibilidade de ressarcimento ao erário
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A Advocacia-Geral da União (AGU) venceu ação de improbidade administrativa contra servidor público do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que recebeu salários sem trabalhar por mais de sete anos.
O funcionário da autarquia havia sido cedido ao Senado Federal, onde ocupou cargo em comissão até ser exonerado em fevereiro de 1995. Em vez de comunicar o órgão de origem, o réu decidiu não se reapresentar ao trabalho e manteve seus vencimentos ilegalmente até setembro de 2002, quando foi identificado o abandono do cargo.
Em primeira instância, o caso foi julgado prescrito, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região aceitou a apelação do Incra, representado pela AGU, e condenou o réu a ressarcir os cofres públicos no valor de R$ 985 mil, acrescido ainda das custas processuais e honorários advocatícios.
Atuaram no caso a Procuradoria Federal Especial junto ao Incra e a Divisão de Cobrança Judicial da Procuradoria-Regional Federal da 1ª Região, órgãos da Procuradoria-Geral Federal, vinculados à AGU.
Para o procurador federal Fabio Comelli Dutra, da DCJUD-1, a decisão se destaca por “reforçar a importante tese de imprescritibilidade de ressarcimento ao erário, permitindo que o réu de improbidade seja efetivamente responsabilizado pelo prejuízo causado aos cofres estatais, servindo ainda de exemplo para inibir condutas semelhantes no âmbito do serviço público”.(Asscom/AGU)