Entre
os oposicionistas, a medida de Trump foi vista como consequência direta da
atuação do governo brasileiro no cenário internacional. Para o líder da
oposição, Rogério Marinho (PL-RN), as ações do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva no cenário internacional "isolaram" o país. Ele citou a
ausência de um embaixador dos EUA no Brasil, a recepção a navios da Marinha
iraniana e o apoio a regimes autoritários como sinais de
"desprestígio".
"Lula
recebeu navios iranianos aqui no Brasil. Lula comparou Trump ao nazismo e ao
fascismo. Lula defendeu uma corrupta presa na Argentina [a ex-presidente
Cristina Kirchner]. Lula trouxe [em vôo da] FAB uma corrupta condenada por
corrupção no Peru [a ex-primeira dama Nadine Heredia]. Lula pintou o mapa de um
país invadido com as cores do invasor [em referência à guerra na Ucrânia]. Lula
tem se colocado como uma figura decadente e já é criticado por boa parte da
imprensa internacional. Tudo isso antes do anúncio das tarifas. Agora nos
igualamos de vez aos regimes autoritários como Irã, Venezuela e Cuba, sofrendo
sanções da maior democracia do mundo".
Hamilton
Mourão (Republicanos-RS) também apontou uma série de declarações e decisões
recentes do presidente Lula como causa do desgaste com os EUA.
"O
Brasil do governo Lula 3 conspirou abertamente contra o dólar na recente
reunião do Brics, tem repetidamente atuado contra a liberdade de expressão,
chamou [a guerra em] Gaza de holocausto, validou a eleição do tirano [Nicolás]
Maduro [presidente da Venezuela] e fala barbaridades no ambiente
internacional".
Ciro
Nogueira (PP-PI) disse que o presidente brasileiro trocou a diplomacia por
"ataques infantis" e que, agora, tenta culpar Trump por suas falhas.
"O
senhor, presidente Lula, não perdeu uma oportunidade para atacar com palavras o
presidente da maior economia do planeta, a maior economia das Américas. Em vez
de diplomacia, preferiu apostar em ataques infantis contra um país muito mais
poderoso e mais forte do que o Brasil. E agora, após um governo que vai de mal
a pior, o senhor vai tentar dizer que o seu fracasso é por causa do presidente
Trump?".
Já
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) aproveitou a situação para criticar sanções judiciais
contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai.
"Se
Lula não tem capacidade, poderia pedir ao Alexandre de Moraes [ministro do STF]
para devolver o passaporte pro Bolsonaro, que ele vai pra lá e resolve".
Eduardo
Girão (Novo-CE) acrescentou que o Senado tem sido "parte do problema"
por não se posicionar contra atitudes do governo brasileiro e do STF que, na
sua visão, contribuíram para a imposição da tarifa.
"Falta
de aviso não foi. A sanha de perseguição política e à liberdade de expressão no
País é responsável por essa tragédia anunciada. O Senado é parte do problema
por ter se omitido até aqui, mas pode se tornar a solução da crise pautando o
impeachment dos que desrespeitam a nossa Constituição".
Astronauta
Marcos Pontes (PL-SP) afirmou que o atual governo optou por "tensionar as
relações com os Estados Unidos", o que teria levado à sanção que
"atinge diretamente" a economia nacional. Sérgio Moro (União-PR)
classificou a tarifa como um erro dos EUA, mas criticou o
"antiamericanismo infantil" de Lula. Jorge Seif (PL-SC) afirmou
que a medida se trata de uma reação do mundo ao "autoritarismo travestido
de democracia".
Fonte:
Agência Senado
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