Crédito:
Andreia Tarelow
O ex-presidente Michel Temer pretende criar uma candidatura
moderada e conservadora, que ele define como de centro-direita, para a eleição
presidencial de 2026. Com esse objetivo, está conversando com os nomes que vêm
sendo lembrados no momento: os governadores Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo
Caiado (Goiás), Ratinho Junior (Paraná), Tarcísio de Freitas (São Paulo) e
Eduardo Leite (Rio Grande do Sul).
O
ex-presidente Temer busca, desse modo, consolidar um pacto de não-agressão
entre esses nomes durante a campanha eleitoral ou ter um candidato único
escolhido para enfrentar o presidente Lula ou seu indicado, considerando sua
idade avançada. Esse esforço de Temer é, de fato, muito interessante.
Acrescento
a essa busca por um candidato, um pacto de não-agressão, pois é relevante que o
Brasil comece a discutir ideias e não ideologias.
Ainda
sobre a eleição, concordo com a decisão da Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) do Senado, que admitiu a eliminação da reeleição.
Entendo,
pois, que a reeleição é um elemento negativo, pois o político que a almeja, já
no segundo ano de mandato começa a governar visando ser reeleito. Isso
significa que ele passa a tomar medidas muitas vezes mais populistas do que as
realmente necessárias para a nação.
A ideia
aprovada na CCJ é aumentar o prazo do mandato, o que também considero muito
bom. Quatro anos é pouco para concretizar o que foi planejado, sendo, portanto,
adequado estender o mandato, mas, evidentemente, sem permitir a reeleição.
Aquele que for eleito saberá que, ao fim do mandato, terá de deixar o cargo,
como era no Brasil antes de o ex-presidente Fernando Henrique ter conseguido a
reeleição.
A aprovação
na CCJ representa uma vitória dos moderados no Congresso Nacional e deveria ter
o apoio da população.
Reafirmo:
as duas medidas pretendidas são muito importantes.Primeiramente, destaco a
iniciativa do ex-presidente Michel Temer, a qual apoio integralmente: é
fundamental que tenhamos um candidato conservador, moderado, de centro-direita
para se opor à atual radicalização. Isso impediria que o Brasil se desfigurasse
perante as nações e nas relações internacionais, eis que prefere, o presidente
atual, ditaduras, participando, por exemplo, de desfile de armas que matam
ucranianospara atender os anseios de Putin de conquista territorial para a
Rússia.
Por
outro lado, se a não reeleição for aprovada, teremos sempre a tranquilidade de
que o presidente no cargo fará de tudo, até o último minuto, para deixar uma
gestão de sucesso, um mandato produtivo. Isso inclui a tomada de medidas duras,
que, em geral, um candidato à reeleição não tem coragem de tomar para não
desagradar seus eleitores.
É
preciso ter sempre a postura dos grandes líderes e estadistas do mundo,
principalmente nos momentos difíceis em que há necessidade de colocar a casa em
ordem, resolvendo problemas e pendências. Churchill, Charles de Gaulle e Konrad
Adenauer são os melhores modelos.
Ives Gandra
da Silva Martins é professor emérito das universidades
Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de
Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da
Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das
Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis
(Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova
(Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal),
presidente do Conselho Superior de Direito da Feco mercio -SP, ex-presidente da
Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo
(Iasp).
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