Por Chico Araújo

No Acre, o Sindicato dos Jornalistas (Sinjac), outrora uma semente plantada com entusiasmo por mim e outros idealistas sob o nome de Associação de Jornalistas do Acre (AJA), parece ter perdido o rumo de sua essência. Hoje, sob a presidência de Luiz Cordeiro, um cinegrafista que não é jornalista, o sindicato toma caminhos que contrariam os princípios da liberdade de expressão, pilar fundamental da profissão. Cordeiro, em uma postura que mais lembra um censor do que um líder sindical, assumiu o controle como se fosse o "dono da cocada", decidindo o que pode ou não ser publicado, em uma clara tentativa de controlar narrativas e silenciar vozes dissidentes.

A situação chegou a um ponto surreal quando fui excluído do grupo do Sinjac por expressar uma opinião. Um ato arbitrário, que evoca os tempos sombrios de ditadores como Idi Amin Dada, o infame líder ugandense conhecido por sua intolerância e repressão. O sindicalismo, que deveria ser um espaço de luta coletiva, de defesa dos direitos dos trabalhadores e da liberdade de imprensa, parece ter se transformado, no Acre, em um feudo pessoal. A exclusão de um membro por discordância não é apenas um ataque à democracia interna do sindicato, mas um sinal alarmante de que os valores do jornalismo estão sendo deixados de lado.

O que está em jogo não é apenas uma disputa interna, mas o próprio sentido do sindicalismo jornalístico. Um sindicato deve representar, unir e proteger, não excluir ou cercear. Luiz Cordeiro, com sua postura autoritária, levanta a pergunta: é esse o sindicalismo que queremos? Um movimento que, em vez de fortalecer a classe, a divide e a silencia? O Sinjac precisa urgentemente rediscutir seus rumos, resgatar sua vocação democrática e lembrar que o jornalismo, acima de tudo, é feito de pluralidade e coragem para enfrentar qualquer tipo de censura, venha ela de onde vier.