Por Ronaldo Medeiros/Coluna Política

A futura prisão de segurança máxima que a França quer erguer até 2028, na Guiana Francesa, vai reservar 15 vagas exclusivas para criminosos islâmicos e radicais. Isso mesmo: celas separadas, isolamento total — como quem tenta resolver um problema político com paredes de concreto.

A justificativa oficial? Evitar “contaminações ideológicas” e garantir “controle absoluto”. Na prática, Paris decidiu exportar seus fantasmas tropicais para o meio da Amazônia, a poucos quilômetros do Brasil, com investimento de € 400 milhões — cerca de R$ 2,5 bilhões.

O ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, já se antecipou e conversou com os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). Tudo dentro da etiqueta diplomática.

Enquanto isso, o Congresso Nacional e os representantes do Amapá assistem de camarote ao nascimento de um presídio de segurança máxima no território ultramarino francês em plena Amazônia, na fronteira com o estado que representam — sem alarde, sem debate público, e com o aval silencioso de Brasília.


Nada mal para um país que adora discursar sobre direitos humanos na ONU.