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Parabéns, Cruzeiro do Sul

 

A Última Urna: Meu Presente para Você

Uma crônica de Gontran Neto

Minha amada Cruzeiro do Sul, hoje você celebra 121 anos. Em dias como este, seus filhos se debruçam sobre as memórias para lhe tecer homenagens. Há os que narram vitórias com o peito estufado, os que recordam insucessos com um suspiro conformado e aqueles que, de longe, sentem a saudade do lar que deixaram para buscar o sucesso em outras paragens.

Cada cruzeirense "pé-rachado" tem sua forma de declarar este amor: em poemas, prosas, canções ou anedotas. Até os políticos, por um dia, curvam-se à sua grandeza. Inauguram obras, cuidam de suas ruas, vestem suas melhores roupas para os desfiles. É um dia de festa, de promessas e de respeito.

Permita-me, então, oferecer a minha homenagem: a crônica de um dia que selou nosso destino, um triunfo construído em muitas mãos, que me deu a honra de cuidar da sua "saúde". E, modéstia à parte, acredito que fiz isso muito bem.

O calendário marcava 2004. A política já pulsava forte em mim, mas o protagonismo parecia reservado a atores mais calejados. Mesmo assim, lancei-me nesse cenário, um desafio quase intransponível, pois até então, a história teimava em não eleger um vereador do meu partido, o PT.

Lá estava eu, seu filho, um profissional atuante, mergulhado em três meses de embates ferozes. Carregava nos ombros o peso das derrotas do meu pai e do meu tio, que trilharam o mesmo caminho. O caminho era árduo, pavimentado pela desconfiança e pela ingratidão que tantas vezes assombram a política. Sem recursos, a jornada tornava-se ainda mais íngreme. Mas eu não desanimei. Outros nomes despontavam, até mesmo os que não nasceram aqui, mas que você, com seu coração generoso, acolheu.

Chegou o dia 3 de outubro. Ao fim da tarde, as urnas se fecharam e, com elas, um ciclo de esperança e suor. Sentado no chão da escola Osvaldo de Albuquerque Lima, epicentro da apuração, eu me sentia um náufrago. Ao meu redor, alguns já cantavam vitória antes da hora. Meu candidato a prefeito havia perdido, aprofundando minha decepção. Entre o cansaço e as lágrimas que ameaçavam rolar, a voz de um servidor do TRE cortou o ar pesado:

— Levanta, cabra! Fica assim não. Ainda resta uma urna. Não perca a esperança.

Mas a esperança era frágil. As perguntas ecoavam: "E a última urna? Já saiu?". A desvantagem era próxima de quinze votos, um abismo para ser superado em uma única urna. Desolado, um pensamento me assombrava: “Meu pai, meu tio e agora eu... Parece que Cruzeiro do Sul não nos quer em sua vida política.”

Foi quando avistei o mesmo servidor vindo em minha direção. Desta vez, ele não trazia apenas palavras de consolo, mas um sorriso largo e apressado. Ele parou na minha frente, e as palavras que saíram de sua boca ecoam em mim até hoje, como a mais doce melodia:

- Levanta, cara! Tu arrebentou nessa urna. 

-  Foram quase 40 votos. Voto no balde! 

- Tu és vereador, cabra!

O chão pareceu desaparecer. A alegria, represada por horas de tensão, explodiu dentro de mim. Fui o último candidato a deixar o local de apuração, já tarde da noite. Enquanto caminhava em direção à casa do meu pai, as lágrimas, antes amargas, agora corriam quentes, lavando a alma. Um pensamento, um único e glorioso pensamento, tomou conta de mim: sou o primeiro vereador eleito na história do PT de Cruzeiro do Sul.

E assim, minha querida cidade, naquela noite, você me deu a honra de servi-la. Por quatro anos, ao lado de outros oito vereadores — entre eles José de Souza Lima, o prefeito de hoje, que foi um grande parceiro de oposição, lutei para que tivéssemos dias melhores.

Foi a minha vitória, mas, no fundo, sempre a senti como um presente seu para mim. Um presente que me permitiu retribuir, com trabalho, todo o amor que sinto por este chão que é meu lar e meu tesouro até hoje.

Parabéns pelos seus 121 anos, Cruzeiro do Sul.


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