O Festival Internacional da Castanha da Amazônia destacou a riqueza da cultura agroextrativista com o Concurso Guardião da Castanha, que incentivou a criatividade e a participação das comunidades locais. Com 11 categorias premiadas e um total de R$ 3.400 distribuídos em prêmios, a competição foi um dos destaques do festival.

 

A premiação celebrou não apenas os vencedores, mas todos aqueles que mantêm viva a tradição do agroextrativismo e contribuem para a sustentabilidade da Amazônia. A proposta do concurso foi anunciada pelo presidente da Cooperacre, José Rodrigues de Araújo, que destacou a importância de integrar os participantes do festival em atividades que ressaltam suas habilidades e tradições.

 

Categorias do Concurso Guardião da Castanha

 

Os participantes puderam competir em diferentes categorias, que abrangeram tanto aspectos e habilidades tradicionais do extrativismo quanto expressões artísticas:

 

1. Maior e menor castanha;

2. Maior e menor ouriço;

3. Quebra de ouriço em menor tempo;

4. Descascar a castanha em menor tempo;

5. Melhor prato culinário;

6. Melhor artesanato;

7. Melhor poesia;

8. Melhor música.

 

As provas trouxeram momentos de grande emoção, onde os participantes demonstraram suas habilidades e conhecimentos tradicionais. O concurso também se tornou um espaço para o reconhecimento da importância do trabalho das comunidades agroextrativistas e da valorização dos produtos amazônicos.

 

A vencedora da categoria “quebra de ouriço em menor tempo” foi Irene Dias, de 58 anos. Irene é moradora do Seringal Triunfo há 33 anos, e mostrou para o público a força da mulher extrativista. “A minha rotina envolve essa prática, e estou aqui representando a minha colocação Panorama. Estou muito feliz em ter ganhado a premiação”.

 

O coordenador do concurso, Tiago Mourão, explicou que a iniciativa foi criada para envolver ainda mais a população no festival, trazendo uma dinâmica interativa e promovendo a valorização das habilidades, culinária e cultura local.

 

“O concurso veio para trazer mais dinamismo para o festival e envolver ainda mais os participantes, com categorias variadas, passando por habilidades manuais, criatividade e culinária”, disse.

 

Anacleto Marciel, vencedor da categoria “maior ouriço”, é membro do Conselho Nacional das Populações Extrativistas eapresentou um impressionante ouriço de 49,5 cm.

 

“Esse ouriço representa a grandiosidade da nossa floresta. Sou do movimento social e representante do núcleo de base da minha comunidade e esse evento gera um intercâmbio de conhecimentos entre a nossa comunidade, com várias representações de muito valor”, afirmou.

 

Já o vencedor da categoria “Melhor Poesia” foi Aldacides Ferreira, professor de Ciências e agricultor, com a obra "A Luta do Seringueiro”. Para ele, o Festival Internacional da Castanha da Amazônia é um evento que fortalece a cultura local e incentiva a valorização das tradições.

 

“Nunca pensei que ganharia um concurso com a minha poesia. Esse tipo de atividade é importante e faz as pessoas acreditarem no seu potencial. A mensagem que eu quis passar com a minha poesia foi a defesa da floresta e a luta dos extrativistas, que muitas vezes são desvalorizados”, acrescentou.

 

Vencedores do concurso Guardião da Castanha 2025

 

Maior Ouriço: Anacleto Marciel

Menor ouriço: José Rodrigues de Araújo

Maior castanha: Marco Ribeiro

Menor castanha: Gabriela Manasque

Quebra de ouriço em menor tempo: Irene Dias

Quebra de Castanha em menor tempo: Antonia Dias

Melhor prato culinário salgado: Elisângela, Delícias da Eli

Melhor prato culinário doce: Mileide da Silva

Melhor artesanato: Daracy Macedo

Melhor poesia: Aldacides Ferreira

Melhor música: Thaís Bandeira.