O
sistema democrático está indo para o buraco. Ninguém sabe dizer o que virá
depois. É assustadora a crise que sacode o planeta com força e violência,
deixando intranquilo quem se aprofunda na reflexão de causas e consequências. O
que nos resta de consolo, talvez, é divagar sobre a ideia de que não há bem que
sempre dure nem mal que nunca se acabe. O que se sabe é não existir sistema
perfeito, porque a natureza tem suas próprias regras e imposições e sua
principal característica é a da mudança permanente.
O
sistema democrático é o mais aconselhável de todos os outros conhecidos e
aplicados. Mas as regras que o compõem dependem, como seria natural, da
integridade dos que o aplicam. E como a mudança é permanente, tudo é
questionável e mesmo o melhor sistema do mundo vê suas bases ruírem, num
determinado instante, embora não se tenha ideia precisa do que virá
substituí-lo. Meia dúzia de salafrários, ocupando postos chaves e eivados de má
intenção, coloca tudo de cabeça para baixo muito rapidamente.
Não
há como manter um sistema inerte, imutável, imóvel em sua essência, porque
mesmo na morte tudo se decompõe e, quando se observa, a aparência inteira foi
transformada. Num piscar de olhos, estamos diante de cenário completamente
oposto ao inicialmente contemplado. No caso dos sistemas políticos, qualquer um
deles só consegue ficar de pé com a garantia de forças armadas. São essas
forças que impõem a vontade democrática (ou não), assegurando a manutenção do
regime de governo.
No
caso do Brasil, as forças armadas estão garantindo a permanência de um
ex-condenado por roubo, à frente dos destinos do país, embora seja gritante a
sua rejeição pela maioria da população. Rejeição essa que se manifesta por todo
o país, desde o início da campanha eleitoral, mas que de forma surpreendente
obteve mágica reversão através do voto digitado nas urnas eletrônicas. Ao que
parece, a maior falha do sistema democrático é essa: dificultar a correção de
rumos, mesmo com toda a nação implorando.
O
desmonte é generalizado! As unidades federativas vêm sendo ocupadas por
representantes do chamado crime organizado que cada vez mais se assenhoram de
postos estratégicos e de comando. Forças políticas tradicionais, detentoras de
reputação enlameada pelo vício do roubo e de crimes bárbaros (que objetivam a
perpetuidade no poder), já não se importam mais com a aparência, exibindo seu
engajamento com o tráfico e a associação com os piores elementos dos diversos
ramos da atividade criminosa.
O
Brasil, dominado pelo analfabetismo, vai se tornando o país das vigarices e dos
vigaristas. O país dos jeitinhos, da safadeza, da malandragem e da roubalheira
explícita, tudo na maior cara de pau. Não existe punição para os assaltantes
dos cofres públicos, visto que a mais alta corte jurisdicional foi buscar
condenado em três instâncias para repetir, na Presidência da República, os
mesmos crimes pelos quais foi condenado. As Cidades são inseguras, a violência
floresce, o medo está no olhar das pessoas.
Está
bem claro que dependemos, no momento, do desenrolar de situação que está se
arrastando no campo internacional. O desfecho de tudo isso prevê a explosão de
irreprimível violência. O comportamento da cúpula de nossas forças armadas,
insistindo em manter um fosso entre o seu dever e os anseios da população,
prolonga sofrimento que vai ampliando a dor e o martírio das futuras gerações.
É preciso que alguém lá em cima enxergue o que está acontecendo. Não há como
encompridar tanto horror!
Márcio Accioly
O sistema democrático está indo para o buraco. Ninguém sabe dizer o que virá depois. É assustadora a crise que sacode o planeta com força e violência, deixando intranquilo quem se aprofunda na reflexão de causas e consequências. O que nos resta de consolo, talvez, é divagar sobre a ideia de que não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe. O que se sabe é não existir sistema perfeito, porque a natureza tem suas próprias regras e imposições e sua principal característica é a da mudança permanente.
O sistema democrático é o mais aconselhável de todos os outros conhecidos e aplicados. Mas as regras que o compõem dependem, como seria natural, da integridade dos que o aplicam. E como a mudança é permanente, tudo é questionável e mesmo o melhor sistema do mundo vê suas bases ruírem, num determinado instante, embora não se tenha ideia precisa do que virá substituí-lo. Meia dúzia de salafrários, ocupando postos chaves e eivados de má intenção, coloca tudo de cabeça para baixo muito rapidamente.
Não há como manter um sistema inerte, imutável, imóvel em sua essência, porque mesmo na morte tudo se decompõe e, quando se observa, a aparência inteira foi transformada. Num piscar de olhos, estamos diante de cenário completamente oposto ao inicialmente contemplado. No caso dos sistemas políticos, qualquer um deles só consegue ficar de pé com a garantia de forças armadas. São essas forças que impõem a vontade democrática (ou não), assegurando a manutenção do regime de governo.
No caso do Brasil, as forças armadas estão garantindo a permanência de um ex-condenado por roubo, à frente dos destinos do país, embora seja gritante a sua rejeição pela maioria da população. Rejeição essa que se manifesta por todo o país, desde o início da campanha eleitoral, mas que de forma surpreendente obteve mágica reversão através do voto digitado nas urnas eletrônicas. Ao que parece, a maior falha do sistema democrático é essa: dificultar a correção de rumos, mesmo com toda a nação implorando.
O desmonte é generalizado! As unidades federativas vêm sendo ocupadas por representantes do chamado crime organizado que cada vez mais se assenhoram de postos estratégicos e de comando. Forças políticas tradicionais, detentoras de reputação enlameada pelo vício do roubo e de crimes bárbaros (que objetivam a perpetuidade no poder), já não se importam mais com a aparência, exibindo seu engajamento com o tráfico e a associação com os piores elementos dos diversos ramos da atividade criminosa.
O Brasil, dominado pelo analfabetismo, vai se tornando o país das vigarices e dos vigaristas. O país dos jeitinhos, da safadeza, da malandragem e da roubalheira explícita, tudo na maior cara de pau. Não existe punição para os assaltantes dos cofres públicos, visto que a mais alta corte jurisdicional foi buscar condenado em três instâncias para repetir, na Presidência da República, os mesmos crimes pelos quais foi condenado. As Cidades são inseguras, a violência floresce, o medo está no olhar das pessoas.
Está bem claro que dependemos, no momento, do desenrolar de situação que está se arrastando no campo internacional. O desfecho de tudo isso prevê a explosão de irreprimível violência. O comportamento da cúpula de nossas forças armadas, insistindo em manter um fosso entre o seu dever e os anseios da população, prolonga sofrimento que vai ampliando a dor e o martírio das futuras gerações. É preciso que alguém lá em cima enxergue o que está acontecendo. Não há como encompridar tanto horror!
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