A deputada Socorro Neri(PP) fez questão de expressar sua tristeza e
indignação à aprovação por 367x86 do texto-base ao projeto de minirreforma política votada nesta
quarta-feira (13) na Câmara dos Deputados. De acordo com a parlamentar, a
proposta - que segue para o Senado Federal - dentre outras agruras diminui a
transparência, enfraquece a Lei de Ficha Limpa,
flexibiliza a sanção de crime eleitoral e prejudica a cota feminina. “É um legítimo retrocesso à
democracia e à ética
na vida política brasileira", assegurou
a parlamentar.
A representante
acreana chegou mesmo a usar a tribuna da Casa a fim de reiterar sua
ferrenha oposição ao texto acatado pela grande maioria dos parlamentares. Em
seu discurso, a deputada lembrou que seu voto “foi
baseado em princípios que considero fundamentais para a
sustentação de uma democracia sólida e justa”. E
o texto aprovado, segundo Neri, vai de encontro as melhores práticas políticas por não seguir o caminho da clareza e
limpidez da vida pública. “Minha
luta, reafirmo, segue os princípios inegociáveis da prática
política inclusiva e cristalina”. E no pronunciamento a deputada reitera ,”não
podemos andar na contramão da história”.
Dentre os pontos mais polêmicos -e aprovados em plenário-
estão os que alteram a prestação de
contas, federações partidárias e propaganda eleitoral. A alegação oficial
é que o texto aprovado (e severamente criticado por amplas camadas da sociedade civil
organizada) vem aprimorar e simplificar o sistema atual hoje frequentemente
questionado na Justiça. “Tenho certeza que a grande maioria da sociedade brasileira recebeu com surpresa e
até indignação a aprovação de um texto que só vem macular a classe política
por conter pontos dignos da mais absoluta objeção e até
repulsa do cidadão minimamente informado”,
retrucou a deputada.
Alvo
de críticas
Dos itens alvo das críticas
mais generalizadas figuram as novas regras de duração da inelegibilidade,
candidaturas coletivas, usos de recursos em campanha, sobras eleitorais e
regras de punição em caso de irregularidades. Os parlamentares, em sua maioria,
atuam para que a minirreforma já estabeleça novas regras para as eleições de
2024. Para tanto, o texto deve entrar em vigor até 5
de outubro
Para a deputada, o texto-base aprovado- que
deve sofrer ainda a votação dos destaques nesta quinta-feira na própria Câmara dos Deputados- vai afetar a própria liberdade do
eleitor de manifestar livremente sua própria
preferência, “caracterizando, assim, uma autêntica afronta a
cidadania”.
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