José Luiz Gondim dos Santos
O Plano Amas, instituído pelo Governo Federal, Decreto nº 11.614/2023, é uma importante iniciativa para a Amazônia, buscando conciliar desenvolvimento socioeconômico e preservação ambiental. Seu conceito envolve a promoção da Amazônia Sustentável, almejando um futuro mais equilibrado para a região.
A finalidade do Plano é combater o desmatamento ilegal, implementando
alternativas sustentáveis de desenvolvimento. Seus objetivos específicos
incluem o estímulo à bioeconomia, o fortalecimento de cadeias produtivas
sustentáveis e a regularização fundiária.
Para atingir seus propósitos, o Plano Amas adota eixos de atuação como a
conservação ambiental, a valorização da biodiversidade, o fomento a atividades
produtivas sustentáveis e a regularização fundiária. Essas diretrizes são
essenciais para equilibrar o progresso com a proteção dos recursos naturais.
Contudo, é imperativo analisar criticamente o Decreto à luz dos
princípios legais do ordenamento jurídico brasileiro. A participação das
comunidades locais e povos indígenas deve ser garantida, respeitando seus
direitos e saberes ancestrais.
Um ponto de nevralgia, e que a meu ver ainda é parco no cenário de
desenvolvimento e promoção de uma verdadeira bioeconomia para o país, é a estruturação de novas base
de conhecimento e formação da sociedade visando a preparar mentes afiadas para
ampliação de visão das oportunidades de negócios baseados em soluções naturais
e nas riquezas da biodiversidade amazônica.
Conhecimento associado a intensificação produtiva de baixas emissões
permitiram o desenvolvimento socioeconômico e o estímulo a bioeconomia.
A governança do Plano Amas precisa ser transparente e responsável,
evitando flexibilizações de normas ambientais e garantindo fiscalização
eficiente. Além disso, a destinação dos recursos deve ser clara, com prestação
de contas à sociedade para assegurar eficácia.
Apesar dos desafios, o esforço do governo brasileiro em proteger a
Amazônia e seu povo é digno de elogios. Essa iniciativa demonstra maturidade e
qualidade na inserção do Brasil na nova geopolítica mundial em torno do mercado
verde. Ao preservar a maior floresta tropical do mundo, o país contribui para
um futuro mais sustentável e solidifica sua posição como protagonista na luta
contra as mudanças climáticas.
Em suma, o Plano Amas é uma oportunidade para o Brasil liderar no
cenário global, mostrando ao mundo sua capacidade de equilibrar desenvolvimento
e sustentabilidade. Ao fortalecer a proteção da Amazônia e suas comunidades, o
país se coloca como um exemplo a ser seguido, pavimentando um caminho mais
promissor para a conservação ambiental e o bem-estar das futuras gerações.
José Luiz Gondim dos Santos é advogado, gestor de políticas públicas,
mestre em Ciências e Especialista em Economia Contemporânea, com experiência em
projetos de políticas públicas e programas de integridade e Environmental,
Social and Governance (ESG)
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