Bolsonaristas se revoltam contra o decreto antiarmas do governo Lula

 

ReproduĆ§Ć£o/Twitter

O Brasil nĆ£o precisa de povo armado para se defender de nada, pois vivemos em pleno Estado DemocrĆ”tico de direito, em que o direito fundamental Ć  seguranƧa de todos estĆ” previsto nos artigos 5Āŗ, caput, e 6Āŗ, da ConstituiĆ§Ć£o Federal. 

 

O paĆ­s precisa que os polĆ­ticos tenham escrĆŗpulo e nĆ£o venham defender interesses grupais favorĆ”veis ao armamento da sociedade. Fazer justiƧa com as prĆ³prias mĆ£os em desrespeito aos princĆ­pios constitucionais nĆ£o Ć© caracterĆ­stica de povo civilizado. Afinal, nĆ£o vivemos num ambiente de anomia. 

 

Assim, nĆ£o Ć queles que desejam pelotĆ£o de milicianos armados, travestidos de cidadĆ£os de bem. Ademais, o Estado brasileiro tem o dever constitucional de dar seguranƧa a todos os cidadĆ£os e cidadĆ£s. Se o Estado falha, cabe aos polĆ­ticos, como fiscais da sociedade, exigir o cumprimento constitucional. 

 

Vejam o posicionamento de Benedito Domingo Mariano, ex-ouvidor das polĆ­cias de SĆ£o Paulo: “A arma de fogo, usada de maneira inadequada, nĆ£o tem volta, ela pode tirar a vida de outra pessoa. Apesar do treinamento, hĆ” agentes do Estado que usam a arma de fogo de maneira inadequada; com o cidadĆ£o comum, as armas podem ser um retrocesso na garantia da seguranƧa." Ou seja, hĆ” policiais treinados que possuem dificuldade para manusear a arma, o que nĆ£o serĆ” diferente para o cidadĆ£o comum. 

 

Em vez de armas, os seus defensores polĆ­ticos deveriam trabalhar por uma polĆ­tica apartidĆ”ria de seguranƧa pĆŗblica de boa qualidade para todos. A sociedade nĆ£o necessita andar armada, Ć© o Estado brasileiro que tem o dever de proteger a sociedade contra todos os malfeitores.  

 

Muitas mortes tĆŖm ocorrido pelo simples fato de os atores envolvidos andarem armados. “Pequenas discussƵes podem se tornar algo maior”, alertou o ex-ouvidor das polĆ­cias de SĆ£o Paulo. 

  

Por outro lado, Ć© falaciosa e insustentĆ”vel que a queda dos homicĆ­dios no paĆ­s Ć© devido ao aumento de brasileiros armados. Os homicĆ­dios continuam em escala ascendente, Ć© sĆ³ ler ou escutar os noticiĆ”rios nacionais. 

 

No governo Bolsonaro, houve um aumento de 474% na quantidade de armas registradas no paĆ­s. A facilitaĆ§Ć£o dos trĆ¢mites para o registro de CACs beneficiou traficantes de drogas e a milĆ­cia, conforme levantamento divulgado em fevereiro do ano passado. Em comparaĆ§Ć£o com janeiro de 2022, no inĆ­cio do Ćŗltimo ano do ex-capitĆ£o, agora, com Lula, o nĆŗmero de armas cadastradas comuns despencou 71%. Fonte: DiĆ”rio do Centro do Mundo. 

 

A criminalidade no paĆ­s nĆ£o se combate com a distribuiĆ§Ć£o de armas Ć  populaĆ§Ć£o, mas com a implementaĆ§Ć£o de polĆ­ticas pĆŗblicas sociais, observando o disposto constitucional. 

  

Quando alguns polĆ­ticos governistas se rebelam contra o decreto presidencial antiarmas, questƵes sociais graves persistem e nĆ£o encontram igual reaĆ§Ć£o desses fajutos parlamentares da “bancada da bala” no Congresso.

 

JĆŗlio CĆ©sar Cardoso

Servidor Federal aposentado

BalneĆ”rio CamboriĆŗ-SC

 

 

 

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