Apartados de mim (aos meus filhos ausentes)

 


Texto de Franciney Rocha

Com o coraĆ§Ć£o de mĆ£e que nĆ£o descansa, mesmo no calor das festas por mais um aniversĆ”rio, quando todos se curvam a minha histĆ³ria de 117 anos, nĆ£o posso esquecer meus filhos que estĆ£o dispersos pelo mundo afora. Sei que o imperioso do destino, na luta por vencer na vida, de buscar novos rumos, apartou-os fisicamente de mim, apartou-nos de um abraƧo, de um banho de igarapĆ©, uma visita ao mercado, Ć  Catedral...

Sei que as dificuldades aqui vivenciadas os fez melhores profissionais, exemplos de carĆ”ter, carimbo de resiliĆŖncia que sĆ³ os filhos de Cruzeiro do Sul trazem tatuados na memĆ³ria. De quando vocĆŖs partiram muita coisa mudou, novos hĆ”bitos, tecnologias, mais isso, mais aquilo...

Por aqui, na ausĆŖncia de vocĆŖs, muitos chegaram e os amei como filhos, mas um coraĆ§Ć£o de mĆ£e, que abraƧa a todos, nĆ£o esquece nenhum dos que se foram, e nas horas de celebraĆ§Ć£o, almoƧo Ć  mesa, o parabĆ©ns, os desfiles, os festivais... aĆ­ Ć© que a saudade aperta... Essa saudade, bem sei, Ć© mĆŗtua, implacĆ”vel, silenciosa e de esperanƧar. De vĆŖ-los voltarem ao seio materno, Ć  casa iluminada como em dias de festa, a melhor mĆŗsica, a mesa posta, a conversa animada. Eu estarei por aqui sempre Ć  espera, de braƧos abertos, com uma saudade que nĆ£o cabe no peito e que se renova a cada aniversĆ”rio...

Dedicado aos filhos de Cruzeiro do Sul dispersos pelo mundo afora, aos que venceram na vida (e aos que ainda buscam), que nĆ£o esquecem as raĆ­zes.

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