Por Júlio César Cardoso
Diante do avanço das investigações na CPI da Covid e de denúncias
de corrupção na compra de vacinas, o Palácio do Planalto age para manter de pé
a aliança com o Centrão e evitar a ampliação da crise política, que tem no
líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), o personagem
central. A pressão se agravou nesta quarta-feira, 30, com a apresentação do
superpedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, assinado por
partidos de esquerda, centro-direita e parlamentares que romperam com o
governo, além de integrantes de movimentos sociais, reunindo mais de 100
representações já protocoladas na Câmara. Acuado, o presidente voltou a
recorrer ao tom de ameaça para atacar a CPI, citando as Forças Armadas. Fonte: Estadão Conteúdo.
O Brasil exige
respeito de nossos governantes e políticos. A imagem do país diante do concerto
das nações civilizadas e democráticas é a pior possível.
As irregularidades e
comportamentos não republicanos denunciados por grupo de partidos políticos,
bem como de integrantes de movimentos sociais, reunindo mais de 100
representações já protocoladas na Câmara contra o presidente Jair
Bolsonaro, não podem ser simplesmente ignorados e engavetados pelo
presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, sob irrazoáveis justificativas.
O deputado Arthur Lira
tem que respeitar o clamor da sociedade. A sua decisão unilateral de não dar
provimento aos pleitos não se coaduna com o espírito do Estado Democrático de
Direito.
Ademais, o Parlamento
foi eleito para apreciar e julgar em conjunto e não para as questões serem
analisadas e finalizadas apena por um parlamentar.
O deputado Arthur Lira
não pode faltar ao seu dever de pautar matérias relacionadas à instabilidade da
República. O momento político, agravado por denúncias de corrupção na compra de
vacinas, requer que o colegiado do Congresso Nacional examine as atitudes do
presidente da República.
O deputado Arthur Lira
será cobrado pela sociedade se não der andamento aos pedidos de impeachment
contra o presidente da República. É a Casa do Povo que deve se manifestar sobre
a conduta do presidente da República e não prevalecer os inconfessáveis
interesses do presidente da Câmara Federal.
Júlio César Cardoso
Servidor federal
aposentado
Balneário Camboriú-SC