Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Deputados oposicionistas criticaram o julgamento da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado em 2022. Já parlamentares governistas elogiaram o início do processo, que consideraram um "dia histórico".
A 1ª Turma rejeitou os pedidos das defesas dos acusados e validou
a delação de Mauro Cid, ex-ajudande-de-ordens de Bolsonaro. Foram negados cinco
pedidos preliminares, quatro deles por unanimidade. Nesta quarta feira 26, será
julgado o mérito da denúncia, quando então será decidido se os acusados se
tornarão réus.
O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) questionou a isenção dos ministros
Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin de julgarem o ex-presidente.
"Temos ministros impedidos e suspeitos que nem sequer poderiam estar
julgando Bolsonaro e os outros acusados", disse. Esse questionamento
também foi apresentado pela defesa dos acusados, mas foi rejeitado pelos
ministros.
A deputada Bia Kicis (PL-DF), vice-líder da Minoria e da Oposição,
afirmou que o julgamento é baseado em uma delação "arrancada a
fórceps" do tenente-coronel Mauro Cid. "Fez mais de oito delações,
sempre desdizendo o que havia dito", afirmou.
Dois pesos e duas medidas
Para o deputado Alberto Fraga (PL-DF), a Justiça brasileira está adotando dois pesos e duas medidas no julgamento dos réus do episódio de 8 de janeiro de 2023. Ele citou o caso de Débora Rodrigues dos Santos, acusada de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e de pichar a frase "Perdeu, mané" na estátua A Justiça, localizada em frente à sede do Supremo, na Praça dos Três Poderes. Outros deputados também citaram esse caso em comparação com condenações de estupro e assassinato com penas menores.
Segundo o deputado Tadeu Veneri (PT-PR), não é porque pichou uma
estátua que pode ser condenada. "É porque ela esteve acampada nos
quartéis, pregou o golpe e falou que queria derrubar o governo", disse.
Veneri afirmou que ela já poderá progredir para o regime semi-aberto no final
de 2025. "Daqui a seis meses a um ano estará solta e espero que tenha
aprendido", afirmou.
Democracia
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que a democracia brasileira se fortalece com o julgamento de Bolsonaro. "A democracia não é algo que se possa vestir hoje e jogar fora amanhã. Os que tentaram golpe não são dignos do nosso respeito, mas receberão hoje o tratamento que devem", disse.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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