Era
início de uma manhã de quarta-feira, dia já ensolarado, temperatura escaldante
para esta hora, e tudo parecia ser a mesma rotina. Levantar-se, fazer a higiene
pessoal e deixar o filhão na universidade, contudo, fui obrigado a atrasar, o
que não é do meu feitio, a esposa resolveu nos acompanhar, aguardei um pouco no
carro reclamando para mim mesmo do trânsito que iria enfrenta até o destino
final, pois é intenso, desorganizado e perigoso.
Depois
de alguns minutos resmungando, retornei para o interior da casa para pegar o
celular esquecido no quarto, aproveitei para jogar o lixo na lixeira, com isso
mudei o meu tradicional trajeto e não virei a primeira entrada a direita,
depois da igreja com o veículo e sim, passei reto, pois a lixeira fica a uns
200 metros à frente.
Ao
chegar na lixeira, me deparei com o fluxo de veículo, trabalhadores e
trabalhadoras apressados, alunos e alunas numa agitação danada para chegar na
escola, a rua bastante movimentada já ao amanhecer, até que, ao depositar o
bendito lixo na lixeira, um barulho imenso me assustou, uma criança na faixa
etária de oito anos é jogada longe ao chocar-se com o carro, uma cena forte, um
menino a caminho da escola, sozinho, com sua mochila é arremessado no meio do
asfalto quente, corro, percebo outra criança que no intuito de ajudar, tenta
puxar pelo braço, grito:
-
Nãoooooo, não puxa ela!
A
criança se assustou com o grito e correu para o outro lado da rua.
Rapidamente
chego na criança caída no meio da rua, fardada, mochila nas costas e grito para
alguém ligar para o SAMU, a aglomeração se forma ligeiro, de repente percebo
que a criança para de respirar, fica imóvel, dura e com o braço direito
levantado, assustador e desesperador, o que faço? Me pergunto!
O
corpo aparentava sem vida, e a agonia toma conta do cenário, o SAMU não se
apresentava, a mãe que chegou rapidamente chora, um motoqueiro também, a
angústia aumenta, inquietação sobe, não tem pulso, coração da criança não bate:
-
Ela morreu, disse baixinho para um curioso que estava ao meu lado.
Me
ajoelho e início uma massagem cardíaca por puro impulso, com cuidado, primeira
sequência, as lágrimas escorrem pelo meu rosto, a criança não reage, a massagem
continua e clamo a Deus:
-
Ajuda senhor, não deixe que ele se vá”.
O
SAMU não chega, enquanto a multidão fica muda, uma senhora narra nervosa para
outros o ocorrido, ao mesmo tempo, início outra sequência de massagem cardíaca,
e alguém nervoso, grita!
-
Vou lá no SAMU, de moto!
A
reanimação da criança continua, percebo outra pessoa que rezava (orava) atrás
de mim, e de repente no meio da massagem, Ela volta, ela volta a respirar.
-
Ele voltou!
Grito
com lágrimas no rosto, voz presa e sorrindo!
E
falo novamente baixinho e emocionado!
-Ela
voltou, ela voltou!
O
crente chora e solta um pequeno sorriso, outras pessoas murmuram, o sol
escaldante, o asfalto quente, o maldito trânsito desorganizado interrompido, um
joelho já ralado, nada disso importa, ouve-se um pequeno gemido e um grito
baixo, seguido do choro infantil:
-
Mãe, mãe!
Que
diz:
- Estou
aqui, filho!
Com
os soluços da mãe, e todo cuidado de não mexer no corpo, pois poderia ter
algumas fraturas devido ao impacto com o carro.
Um
pequeno ferimento na testa da criança fardada com a mochila nas costas, braço
com raladuras é o que observei. Ouve-se a sirene, era o SAMU, chegou!
A
criança continuava a chorar com a mãe, e me afasto lentamente.
Ainda
emocionado, me retiro, e deixo a criança com os profissionais do SAMU.
E a
preocupação tomou conta de mim o resto do dia, queria informação, então no
final da tarde passei pela “bendita” caixa de lixo, que mudou o meu trajeto e
que fica próxima a uma quadra de futebol e perguntei aos moradores que sempre
ficam em frente da quadra:
-
Como está a criança acidentada pela manhã, alguém tem notícia?
E um
idoso respondeu!
-
Já está em casa, nada grave, somente algumas raladuras pelo corpo, o SAMU
chegou há tempo!
Era início de uma manhã de quarta-feira, dia já ensolarado, temperatura escaldante para esta hora, e tudo parecia ser a mesma rotina. Levantar-se, fazer a higiene pessoal e deixar o filhão na universidade, contudo, fui obrigado a atrasar, o que não é do meu feitio, a esposa resolveu nos acompanhar, aguardei um pouco no carro reclamando para mim mesmo do trânsito que iria enfrenta até o destino final, pois é intenso, desorganizado e perigoso.
Depois de alguns minutos resmungando, retornei para o interior da casa para pegar o celular esquecido no quarto, aproveitei para jogar o lixo na lixeira, com isso mudei o meu tradicional trajeto e não virei a primeira entrada a direita, depois da igreja com o veículo e sim, passei reto, pois a lixeira fica a uns 200 metros à frente.
Ao chegar na lixeira, me deparei com o fluxo de veículo, trabalhadores e trabalhadoras apressados, alunos e alunas numa agitação danada para chegar na escola, a rua bastante movimentada já ao amanhecer, até que, ao depositar o bendito lixo na lixeira, um barulho imenso me assustou, uma criança na faixa etária de oito anos é jogada longe ao chocar-se com o carro, uma cena forte, um menino a caminho da escola, sozinho, com sua mochila é arremessado no meio do asfalto quente, corro, percebo outra criança que no intuito de ajudar, tenta puxar pelo braço, grito:
- Nãoooooo, não puxa ela!
A criança se assustou com o grito e correu para o outro lado da rua.
Rapidamente chego na criança caída no meio da rua, fardada, mochila nas costas e grito para alguém ligar para o SAMU, a aglomeração se forma ligeiro, de repente percebo que a criança para de respirar, fica imóvel, dura e com o braço direito levantado, assustador e desesperador, o que faço? Me pergunto!
O corpo aparentava sem vida, e a agonia toma conta do cenário, o SAMU não se apresentava, a mãe que chegou rapidamente chora, um motoqueiro também, a angústia aumenta, inquietação sobe, não tem pulso, coração da criança não bate:
- Ela morreu, disse baixinho para um curioso que estava ao meu lado.
Me ajoelho e início uma massagem cardíaca por puro impulso, com cuidado, primeira sequência, as lágrimas escorrem pelo meu rosto, a criança não reage, a massagem continua e clamo a Deus:
- Ajuda senhor, não deixe que ele se vá”.
O SAMU não chega, enquanto a multidão fica muda, uma senhora narra nervosa para outros o ocorrido, ao mesmo tempo, início outra sequência de massagem cardíaca, e alguém nervoso, grita!
- Vou lá no SAMU, de moto!
A reanimação da criança continua, percebo outra pessoa que rezava (orava) atrás de mim, e de repente no meio da massagem, Ela volta, ela volta a respirar.
- Ele voltou!
Grito com lágrimas no rosto, voz presa e sorrindo!
E falo novamente baixinho e emocionado!
-Ela voltou, ela voltou!
O crente chora e solta um pequeno sorriso, outras pessoas murmuram, o sol escaldante, o asfalto quente, o maldito trânsito desorganizado interrompido, um joelho já ralado, nada disso importa, ouve-se um pequeno gemido e um grito baixo, seguido do choro infantil:
- Mãe, mãe!
Que diz:
- Estou aqui, filho!
Com os soluços da mãe, e todo cuidado de não mexer no corpo, pois poderia ter algumas fraturas devido ao impacto com o carro.
Um pequeno ferimento na testa da criança fardada com a mochila nas costas, braço com raladuras é o que observei. Ouve-se a sirene, era o SAMU, chegou!
A criança continuava a chorar com a mãe, e me afasto lentamente.
Ainda emocionado, me retiro, e deixo a criança com os profissionais do SAMU.
E a preocupação tomou conta de mim o resto do dia, queria informação, então no final da tarde passei pela “bendita” caixa de lixo, que mudou o meu trajeto e que fica próxima a uma quadra de futebol e perguntei aos moradores que sempre ficam em frente da quadra:
- Como está a criança acidentada pela manhã, alguém tem notícia?
E um idoso respondeu!
- Já está em casa, nada grave, somente algumas raladuras pelo corpo, o SAMU chegou há tempo!
Agradeci a Deus novamente!
- Obrigado senhor, por mudar o meu caminho!
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