DIRETO DA ALDEIA - O pecado de envelhecer

 


David Casseb*

Parece clichê de filme antigo, mas, beirando os 63 anos, vejo com tristeza que a mentalidade “progressista” de algumas figuras torna real o ditado antigo de que velho é descartável. Não me acho velho, apenas, como diz um amigo de João Pessoa “um pouco usado, como carros ainda bons”.

Mas, para não deixar as “orelhas em pé e as pulgas atrás desses abanos”, me reporto ao acontecido: em fevereiro, enganado por um senador, (será uma outra história a ser contada em breve) saí de um emprego seguro e entrei na canoa furada que só durou um mês. Resultado: desempregado e com um casal de filhos em faculdades, resolvi fazer o que já tinha perdido a prática, ou seja, buscar novos rumos.

Foi então que, com currículos debaixo do braço (não literalmente) parti para a Câmara dos Deputados já que durante toda a minha vida profissional militei na área política.

Vários gabinetes, novas caras, antigos conhecidos, mas nada de surgir a tão desejada oportunidade. Eis que decido conhecer a nova deputada federal por Rondônia, Cristiane Lopes, do União, que não conheço pessoalmente, mas acompanho sua trajetória política desde a vereança.

No dia em que fui ao gabinete ela estava fora, em reunião, e, infelizmente não tiver a satisfação de conhecê-la. Porém, conheci seu chefe de gabinete, rapaz simpático e atencioso, o Douglas. Conversa vai, conversa vem, ele explica sensibilizado que a vaga para assessoria de imprensa estava vaga, sim, porém, a ideia era colocar uma pessoa jovem para trabalhar na área, pois devido à minha idade, com certeza eu não acompanharia o ritmo da deputada.

Sinceramente, não fiquei chateado com o rapaz. Ele foi sincero e realmente acredita no que pensa. Como já disse, muito atencioso me pediu desculpas e se colocou à disposição para qualquer outra coisa. Nem pude conhecer a jovem deputada que, segundo vejo em sua atuação, tem um bonito caminho político pela frente, a não ser que um jovem da mídia meta os pés pelas mãos e a deixe “feia na foto”. Experiência de vida sempre teve (até agora) um bom lugar.

Finalizando, acho que é melhor eu continuar cuidando da hortinha daqui de casa e acompanhando as notícias políticas da nossa terrinha, produzidas pelos intrépidos jovens da mídia.

P.S – Minha admiração pela carreira política de Cristiane, continua. Qualquer dia desses, quando tirar um tempo aqui da roça, vou conhecê-la na Câmara.

*David Casseb teima em ser jornalista.

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