Pelo
segundo ano consecutivo, nós mulheres estivemos na linha de frente no combate à
pandemia de Covid-19. Somos a maioria da classe trabalhadora em diversas áreas
consideradas essenciais, inclusive no Jornalismo.
No
entanto, continuamos sendo, em especial as mulheres negras, as que recebem
menos, as que ocupam menos cargos de chefia, as que estão mais expostas ao
assédio moral e sexual e às demais violências relacionadas ao nosso trabalho.
Um
monitoramento realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
(Abraji), financiado pela Unesco e que teve o apoio da Federação Nacional dos
Jornalistas (FENAJ), mostrou que, no ano passado, nós fomos os principais alvos
de casos de violência de gênero contra profissionais da imprensa. Foram
registrados 119 casos contra 89 jornalistas (algumas foram agredidas mais de
uma vez). Desse total, 91,6% dos casos tiveram como alvo mulheres jornalistas.
Fomos,
também, assim como as demais mulheres da classe trabalhadora, as mais afetadas
pela crise sanitária, econômica e social que se aprofundou desde 2020. Sofremos
com a sobrecarga de trabalho, com as duplas, às vezes triplas, jornadas; com o
teletrabalho em condições precárias acumulado às demandas domésticas e de cuidado;
com o desemprego; com a carestia.
Vivemos
ainda o constante ataque do governo genocida de Jair Bolsonaro, e de seus
aliados nos estados e municípios, aos nossos direitos sociais, sexuais e
reprodutivos, com desmonte de políticas públicas voltadas para a nossa Saúde,
para o combate à violência doméstica, de gênero e à LGTfobia.
Diante
de tanta precarização das nossas condições de trabalho e vida, a Comissão de
Mulheres Jornalistas da FENAJ adotou como tema para marcar o Dia Internacional
de Luta das Mulheres – 8 de março de 2022, “Trabalho decente e sem violência
para as jornalistas – pela Convenção 190 da OIT”.
Lutamos
para viver em um país que pare de nos matar, violentar e usurpar nossas
liberdades e direitos. Exigimos trabalhar em segurança e com condições
decentes, para que possamos continuar fazendo do Jornalismo um instrumento de
defesa da democracia, de transformação social e de combate às opressões.
Neste
sentido, a Convenção 190 traz avanços importantes, como ampliar o entendimento
do que seja violência e assédio e tratá-los não apenas no local de trabalho mas
no mundo do trabalho. A Convenção 190 avança mais ao eleger a igualdade de
gênero como pilar do trabalho decente, imprescindível à dignidade das
trabalhadoras.
Seguiremos
na linha de frente da resistência contra todos que atacam nossos direitos e
liberdades democráticas. Por isso, neste 8 de Março, nós também reivindicamos
nosso direito a uma vida melhor e reverenciamos oito mulheres que fizeram
história no jornalismo brasileiro para nos inspirar e impulsionar para as lutas
e desafios que se colocam em nosso horizonte.
Ontem,
hoje e sempre: Lute como uma jornalista!
Pela
vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e
fome.
Brasília,
8 de março de 2022
Comissão
de Mulheres Jornalistas da FENAJ
Diretoria
da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ
Pelo segundo ano consecutivo, nós mulheres estivemos na linha de frente no combate à pandemia de Covid-19. Somos a maioria da classe trabalhadora em diversas áreas consideradas essenciais, inclusive no Jornalismo.
No entanto, continuamos sendo, em especial as mulheres negras, as que recebem menos, as que ocupam menos cargos de chefia, as que estão mais expostas ao assédio moral e sexual e às demais violências relacionadas ao nosso trabalho.
Um monitoramento realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), financiado pela Unesco e que teve o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), mostrou que, no ano passado, nós fomos os principais alvos de casos de violência de gênero contra profissionais da imprensa. Foram registrados 119 casos contra 89 jornalistas (algumas foram agredidas mais de uma vez). Desse total, 91,6% dos casos tiveram como alvo mulheres jornalistas.
Fomos, também, assim como as demais mulheres da classe trabalhadora, as mais afetadas pela crise sanitária, econômica e social que se aprofundou desde 2020. Sofremos com a sobrecarga de trabalho, com as duplas, às vezes triplas, jornadas; com o teletrabalho em condições precárias acumulado às demandas domésticas e de cuidado; com o desemprego; com a carestia.
Vivemos ainda o constante ataque do governo genocida de Jair Bolsonaro, e de seus aliados nos estados e municípios, aos nossos direitos sociais, sexuais e reprodutivos, com desmonte de políticas públicas voltadas para a nossa Saúde, para o combate à violência doméstica, de gênero e à LGTfobia.
Diante de tanta precarização das nossas condições de trabalho e vida, a Comissão de Mulheres Jornalistas da FENAJ adotou como tema para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres – 8 de março de 2022, “Trabalho decente e sem violência para as jornalistas – pela Convenção 190 da OIT”.
Lutamos para viver em um país que pare de nos matar, violentar e usurpar nossas liberdades e direitos. Exigimos trabalhar em segurança e com condições decentes, para que possamos continuar fazendo do Jornalismo um instrumento de defesa da democracia, de transformação social e de combate às opressões.
Neste sentido, a Convenção 190 traz avanços importantes, como ampliar o entendimento do que seja violência e assédio e tratá-los não apenas no local de trabalho mas no mundo do trabalho. A Convenção 190 avança mais ao eleger a igualdade de gênero como pilar do trabalho decente, imprescindível à dignidade das trabalhadoras.
Seguiremos na linha de frente da resistência contra todos que atacam nossos direitos e liberdades democráticas. Por isso, neste 8 de Março, nós também reivindicamos nosso direito a uma vida melhor e reverenciamos oito mulheres que fizeram história no jornalismo brasileiro para nos inspirar e impulsionar para as lutas e desafios que se colocam em nosso horizonte.
Ontem, hoje e sempre: Lute como uma jornalista!
Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e fome.
Brasília, 8 de março de 2022
Comissão de Mulheres Jornalistas da FENAJ
Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ
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