“Um
feito importante foi afastar a Privatização dos Correios, mas temos que estar
mais unidos e fortes para este ano”. É assim que a presidente do Sindicato dos Trabalhadores
da Empresa de Correios e Telégrafos do Acre (Sintec-AC), Suzy Cristiny, analisa
o cenário de privatização da empresa. Enviado à Câmara em fevereiro de 2021
pelo Governo Federal, o projeto foi aprovado em agosto e seguiu para o Senado.
Com articulações da entidade acreana e outras em Brasília, ele está paralisado
na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Desde
a chegada do Projeto de Lei (PL) 592/2021, os senadores divergem sobre o tema e
não há consenso sobre a tese defendida pelo Planalto. As primeiras barreiras
foram o levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) que registrou
evolução no Índice de Governança e Gestão das Empresas Públicas Federais (IGG)
dos Correios, saindo de 67% para 73,9%, o recorde de encomendas durante a Black
Friday, 15 milhões, e o aumento do lucro, com volume total de receitas de R$
20,6 bilhões.
Outro
fator que colaborou para o adiamento da Privatização foi a urgência de se votar
temas prioritários como o orçamento, além de outros temas, antes do recesso
legislativo. “A pretensão do governo Bolsonaro era finalizar o processo de
privatização entre o fim de agosto e o início de setembro do ano passado, mas
não conseguiu colocar na votação. A nossa estratégia foi de dialogar com os
senadores sobre as informações falsas que estavam sendo repassadas pelo
Planalto”, comenta Suzy.
Ela
pontua que ao lado de dirigentes sindicais de outros estados e da Federação Nacional dos Trabalhadores em
Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), foi demonstrada a essencialidade
do empreendimento público para a economia do país e no meio social. “Também
mostramos a inconstitucionalidade desse projeto. Ele não deveria ser PL e sim
uma Proposta de Emenda à Constituição [PEC], a forma correta. Fizemos um grande
debate e o ampliaremos em 2022, debatendo condições de trabalho e qualidade dos
serviços, que sempre foi o carro chefe dos Correios”.
Suzy
aponta que a desconstrução das fakes news e demonstração dos dados corretos
sobre a empresa aos parlamentares em Brasília e nos estados deixou o governo
enfraquecido no Senado, o que dificulta o prosseguimento da ação. “Agora vamos
nos unir com mais força para que a nossa mobilização seja ainda mais efetiva em
2022 e com apoio da população. Precisamos conscientizar a todos que a privatização
é uma medida que afetará a todos indistintamente e colocará em risco a
segurança nacional”, finaliza.