A canetada do presidente da
Câmara, Arthur Lira, aumentou em 170% o
limite de despesas médicas de deputados na rede privada. O valor que pode ser
reembolsado com dinheiro público passou de 50 mil para 135 mil e 400 reais.
De acordo com Lira, o reajuste atualiza
uma resolução de 2015. Ele tentou justificar que o aumento se deve à defasagem
da inflação no período, enquanto os economicistas apontaram que a variação do chamado grupo saúde na taxa de
inflação teve alta de 38% no mesmo período. Em conseqüência, o valor do teto para
reembolso passaria para 69 mil.
Vale ressaltar que os parlamentares já têm direito a um plano de saúde, ligado à Caixa
Econômica Federal, que permite o atendimento em hospitais privados. O valor
pago para aderir ao benefício é de R$ 630 reais por mês, além de uma
quota-participação de 25% sobre cada gasto realizado.
Da bancada do Acre, o deputado Léo
de Brito (PT) foi o único até agora a se posicionar publicamente contra a
medida e disse esperar que o presidente da Câmara volte atrás com essa
situação.
“Como deputado federal abri mão
tanto do plano de saúde diferenciado como também do reembolso das minhas despesas
médicas. Isso é um absurdo no momento em que estamos vivendo uma pandemia. Está
faltando dinheiro para alimentação, prá Saúde, prá tecnologia, para o aumento
dos servidores públicos e isso é um privilégio inadmissível. Espero que o Arthur
Lira volte atrás com essa situação” – disse o deputado.