Os líderes partidários do bloco liderado pelo
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), devem se reunir
nesta segunda-feira na residência oficial do presidente para um almoço. No
cardápio, o intuito de avançar na escolha de um nome para suceder Maia na
disputa pela presidência da Câmara em fevereiro do ano que vem.
O bloco conta com onze partidos: DEM, MDB, PSDB,
PSL, Cidadania, PV, PT, PSB, PDT, Rede e PCdoB. São 268 deputados. Nem todos
irão votar necessariamente no candidato do bloco, já que o voto é secreto e
deputados podem "trair" seus partidos. A costura, porém, é
importante, porque determina quem terá espaço na Mesa Diretora.
Demorou, mas Rodrigo Maia enfim começou a mover as
peças no tabuleiro da sucessão na Câmara. Na sexta-feira, o deputado anunciou
um bloco de 11 partidos para enfrentar o candidato do governo. Conseguiu algo
que até outro dia parecia impensável: unir na mesma foto os presidentes de PT e
PSL.
O grupo redigiu um manifesto para justificar a
aliança heterogênea. “Esta não é uma eleição entre candidato A ou candidato B.
Esta é a eleição entre ser livre ou subserviente; ser fiel à democracia ou ser
capacho do autoritarismo; ser parceiro da ciência ou ser conivente com o
negacionismo”, afirma o documento. O bloco superou as diferenças em nome de um
objetivo comum: proteger as instituições de um governo que se esforça para
corroê-las.
“Certamente, Ulysses Guimarães estaria deste lado”,
arriscou o presidente da Câmara. O Senhor Diretas teria notado os riscos há
mais tempo, mas cada um sabe o que fez em 2018.