Cássio
Rizzonuto
O
senador Chico Rodrigues (DEM-RR), possui idiossincrasia imediatamente
reconhecida pelos que lhe são próximos: onde se instala ergue espécie de
pequeno “altar”, ornando-o com fotos de parentes mortos e objetos inanimados
que busca “sacralizar”. Quando se encontra diante desse “altar”, benze-se, reza
e diz palavras ininteligíveis.
O
representante roraimense se entende como pessoa profundamente religiosa e faz
questão de deixar tal ideia bem evidenciada para os que o observam. O que se
sabe e se tem certeza é que em todo e qualquer negócio no qual esteja envolvido
nunca deixa de levar um terço. Egocêntrico às raias do absurdo, é insensível
como bom sociopata.
Chico
Rodrigues nunca deixou de estar envolvido em acusações de desvio do dinheiro
público. Em 2006, na Câmara Federal, foi apontado no escândalo de notas frias
para ressarcimento de despesas com combustível. O fato vergonhoso caiu na
galhofa, em Roraima, e o então governador, Ottomar de Sousa Pinto, apelidou-o
de “Chico Gasolina”.
Ele
é réu em ação penal por conta de emendas que enviou para o município roraimense
de São Luiz do Anauá, à época em que foi deputado federal e um seu irmão,
Emanuel Andrade Silva, era prefeito. O dinheiro deveria ter sido aplicado na
compra de mudas de café, mas desapareceu deixando todos os vestígios apontando
em sua direção.
Num país desmoralizado como o nosso, onde a Justiça não funciona, ganhou novo apelido, “Chico Café”, e houve quem dissesse (por causa do alarido), que, em Roraima, “as mudas falam!” Fosse num país sério, teria perdido o mandato e o privilégio de imunidades, sendo conduzido para presídio de segurança máxima.
O
seu cunhado, Sebastião Camelo de Sena Filho, conhecido como “Sena”, foi
indicado por ele para a Caer (Companhia de Águas e Esgoto de Roraima). O Camelo
no lugar apropriado. Ali, deixou registrado o mal de família e agregados, com
suas contas reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado por má aplicação dos
recursos públicos.
O
senador vive mamando nos cofres públicos, mas não gosta de pagar impostos à
custa dos quais sobrevive e muito bem. A Fundação com seu nome, em Roraima,
possuía inúmeros veículos cujo IPVA nunca foi recolhido. Ele não gosta de pagar
IPTU, IPVA, nem nada que lembre imposto. Já foi flagrado e condenado até no
Imposto de Renda!
Na
Câmara Federal, o registro de seus discursos é constatação vergonhosa de
bajulação aos poderosos de ocasião. Da mesma forma, gosta de combater com fúria
descontrolada os que perdem o poder ou caem em desgraça. Mantém sua
popularidade percorrendo o estado de cima abaixo, mentindo e sendo financiado
pelo dinheiro público.
Quando
governador tampão de Roraima (1914-15), deixou muita gente sem entender, pois
costumava acompanhar a polícia do estado em batidas noturnas efetuadas de forma
aleatória. A função não cabia ao chefe do Executivo. Como possui raciocínio
confuso (alguns o chamam de “Chico Doido”), ninguém o leva a sério.
Eleito
senador, em 2018, tem como primeiro suplente o filho mais velho, Pedro Arthur.
No caso, agiu como a maioria que utiliza parentes próximos. O senador Ciro
Nogueira (PP), por exemplo, tem como primeira suplente a própria mãe, Eliane
Nogueira (PP). O ex-senador Garibaldi Alves Filho (PMDB), tinha o pai como
primeiro suplente.
Há
quem diga que o Brasil só irá se formar como nação, mudando a forma de ser e
agir, quando trocar de povo. Os maus hábitos estão muito enraizados, é questão
cultural e não há como se esperar resultado diferente. O que se sabe é que
figura amoral como Chico Rodrigues nada mais é do que o resumo de toda nossa degradação.