A
Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira 29, a Operação DIRTY
SAFE, em Cruzeiro do Sul/AC, na capital Rio Branco e em Manaus/AM, visando
desarticular uma suposta organização criminosa que, de forma estruturada,
praticava os crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva e
ativa, no âmbito da Assembleia Legislativa do estado do Acre. A operação visa
coletar novos elementos de provas que possam corroborar, ratificar ou alterar
as hipóteses criminais traçadas no decorrer da investigação.
Mais
de 50 policiais federais participam da operação no cumprimento de 17 mandados
judiciais expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sendo 13 de
busca e apreensão, 04 de medidas cautelares substitutivas à prisão em desfavor
de 02 Deputados Estaduais e 02 empresários, além de 02 mandados de afastamento
cautelar do cargo público, dentre eles o afastamento do atual Presidente da
Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC).
Através
da análise do conteúdo do cofre, foi possível identificar a atuação da suposta
organização criminosa, com nítida divisão de tarefas entre seus integrantes e
modo de agir sistematizado, que se utilizava da máquina pública e a
interposição de pessoas para consecução de seus objetivos, incluindo a
contratação de funcionários-fantasmas e do desvio de recursos públicos por
intermédio de empresas privadas. Essa mesma estrutura também seria empregada na
realização de atos de ocultação, dissimulação de movimentação, da origem e
destino de valores, sendo chefiada, em tese, pelo atual chefe do Poder
Legislativo do Acre.
De
acordo com a investigação, um assessor parlamentar efetuou dezenas de depósitos
em espécie na conta de uma das empresas investigadas, em valores que
ultrapassaram R$ 10 milhões, a referida pessoa jurídica apresenta entre seus
sócios um familiar direto do parlamentar ao qual o servidor é vinculado.
De
igual modo, um dos sócios de uma outra pessoa jurídica investigada, que possui
diversos contratos públicos, realizou mais de 250 depósitos em espécie na conta
de sua empresa, grande parte de tais operações apresentam o valor de R$ 99 mil,
caracterizando dessa forma, uma clara tentativa de se evitar que as transações
fossem comunicadas a Unidade de Inteligência Financeira do Brasil (antigo
COAF).
O
total de depósitos em espécie durante o período analisado alcança o expressivo
montante de aproximadamente R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais).
A
Polícia Federal continuará a investigação e apuração, na tentativa de elucidar
a real amplitude da suposta organização criminosa, bem como identificar o grau
de participação de cada um dos envolvidos.
O
nome da Operação Policial - DIRTY SAFE - faz alusão direta ao material
apreendido no interior de COFRE na casa de um dos investigados, por ocasião da
deflagração da Operação Acúleo em 11/09/2020.