(Foto
de Mário Vilela/Funai/2014)
Por
Anthony Boadle
BRASÍLIA (Reuters) - Um
importante indigenista brasileiro especialista em povos isolados da Amazônia
foi morto por uma flechada no peito enquanto se aproximava de um grupo indígena
que ele pretendia proteger, disseram amigos da vítima e um policial que
testemunhou o incidente, nesta quinta-feira.
Rieli Franciscato, de 56 anos,
trabalhava na Fundação Nacional do Índio (Funai) buscando a criação de reservas
para proteger povos indígenas isolados do contato com a sociedade.
Na quarta-feira, ao se
locomover para perto de um grupo indígena até então não contactado, ele foi
atingido por uma flecha acima do coração em uma floresta próxima à reserva Uru
Eu Wau Wau, no Estado de Rondônia, perto da fronteira com a Bolívia.
"Ele gritou, arrancou a
flecha do peito, correu 50 metros e desabou, sem vida", disse um policial
que acompanhava a expedição em áudio postado nas redes sociais.
A Associação de Defesa
Etnoambiental Kanindé, que ele ajudou a fundar na década de 1980, disse que o
grupo indígena não tinha capacidade de distinguir entre um amigo ou um inimigo
do mundo exterior.