A pena de censura contra o procurador da República Deltan Dallagnol,
decidida nesta terça-feira 8, pelo Conselho Nacional do Ministério Público,
repercutiu entre os senadores. O procurador, que foi coordenador da Operação
Lava Jato em Curitiba (PR), foi punido por manifestar-se em rede social, em
2019, contra a eleição de Renan Calheiros (MDB-AL) para a presidência do
Senado.
Autor da ação que resultou na punição, Renan Calheiros afirmou que
a decisão representou uma punição branda diante da “odiosa perseguição” que
teria sido promovida contra ele por Deltan. Em mensagem no Twitter, o senador
alagoano afirmou que o procurador teria feito “campanhas políticas opressivas,
postagens fakes,
investigação sem prova” para torná-lo um “multi-investigado”.
Renan afirmou que mais de dois terços das investigações teriam
sido derrubados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e prometeu entrar com uma
ação civil contra o procurador para reparação de danos morais.
A noticia da punição também foi reproduzida no Twitter pelo
senador Alvaro Dias (Podemos-PR). Ele disse que, como consequência da medida,
“o ex-coordenador da Lava Jato não poderá ser promovido durante um ano”.
Nessa mesma rede social, o senador Major Olimpio (PSL-SP) criticou
a punição e manifestou indignação com “o verdadeiro absurdo” da pena de censura
imposta pelo Conselho Nacional do Ministério Público. “Gilmar Mendes desfez
decisão de Celso de Mello para que fosse julgado. Está em curso uma arquitetura
pra enterrar a Lava Jato. Lamentável. O rato está pondo a culpa no queijo”,
publicou ele.
Já o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) declarou que a pena de
censura contra o procurador é resultado de uma “perseguição a Deltan que ocorre
há muito tempo”. Ele também disse que isso é sinal inequívoco do “crime
reagindo”. Em publicação no Twitter, Girão ressaltou que a Lava Jato sob a
coordenação de Deltan “fez o certo, brigou pela justiça, prendeu poderosos e
políticos corruptos”. Fonte: Agência Senado