Rodrigo Maia
(DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou na noite de ontem(23) que “a liberdade de imprensa é um valor inegociável na democracia". A
declaração dada ao Globo foi depois do presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) ameaçar um repórter do veículo.
Questionado
sobre cheques de Fabrício Queiroz para a primeira-dama Michelle
Bolsonaro, o presidente afirmou ao jornalista que estava com
vontade de encher a boca dele de porrada e depois chamou o profissional de “safado".
Ao Globo, Maia
ainda afirmou que "espera que o presidente retome o tom mais moderado dos
últimos 66 dias".
Gilmar Mendes,
ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), ressaltou que é “inadmissível censurar
jornalistas pelo mero descontentamento com conteúdo veículo" e lembrou o
célebre escritor George Orwell que afirmou: "Jornalismo é publicar aquilo
que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade".
Parlamentares da
oposição também se manifestaram. Alessandro Molon (PSB-RJ) ressaltou que
"ameaças à imprensa são ameaças à própria democracia” e cobrou que
Bolsonaro se comporte à altura do cargo.
O senador
Humberto Costa (PT-CE) chamou ameaça de “absurda” e afirmou que o episódio
“mostra o desespero do presidente”que, segundo ele, “até hoje não deu qualquer
explicação sobre o assunto".
O PSDB afirmou
que “agindo assim”, Bolsonaro “não nega apenas uma resposta ao jornalista; nega
também a informação transparente aos brasileiros".
O MBD disse
defender a liberdade de expressão e pediu que Bolsonaro se retrate pelo o que
disse ao jornalista.
Os presidentes
da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, e da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, também
criticaram a fala de Bolsonaro.