Movimento
tem meta inicial de R$ 6 milhões, que serão destinados para o Alto Rio Negro e
Baixo Amazonas, Vale do Javari e Yanomami. Campanha recebe apoio de Gisele
Bündchen, Sebastião Salgado, Caetano Veloso, Taís Araújo
Um
grupo de voluntários da sociedade civil analisou os dados da Covid-19 no país e
decidiu agir na região mais afetada pela pandemia. Os povos indígenas e as
comunidades tradicionais da Amazônia apresentam índices de mortalidade 150%
maior do que a média geral do Brasil.
A situação de vulnerabilidade social e a distância em relação aos centros com infraestrutura médica definiu a urgência da criação de um fundo, que tem como primeira meta arrecadar R$ 6 milhões para apoiar ONGs que atuam no enfrentamento da pandemia no Alto Rio Negro (AM), Baixo Amazonas (PA) e juntos aos povos do Vale do Javari (AM) e Yanomami (AM e RR). 88 mil pessoas estão sendo beneficiadas pelo movimento já arrecadou R$ 1,2 milhão antes mesmo do lançamento do site.
CAMPANHA
A
campanha de doação pode ser acompanhada pelo site www.uniaoamazoniaviva.com,
lançado oficialmente no dia 3 de julho. Todo o dinheiro arrecadado será
investido em duas frentes: proteção à saúde (enfermarias de campanha, compra de
EPIs, equipamentos hospitalares, testes rápidos e remoções por barcos locais e
aviões); e apoio às comunidades (segurança alimentar, itens de higiene e
campanhas informativas).
"No momento em que mais precisávamos de ajuda, recebemos a notícia da criação do União Amazônia Viva", diz o cacique Marivelton Baré, presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), que representa 23 povos diferentes da região. "Esse movimento é uma esperança para enfrentarmos a luta contra esse vírus que pode exterminar etnias inteiras", afirma o líder indígena.
BENEFICIADOS
O fundo
irá beneficiar quatro organizações que acumulam décadas de trabalho consolidado
na Amazônia: a própria FOIRN, Expedicionários da Saúde (EDS), Instituto
Socioambiental (ISA) e Projeto Saúde & Alegria (PSA). A escolha das
instituições foi definida por atuarem nos territórios priorizados e já
possuírem planos de ação emergencial.
"O União Amazônia Viva (UAV) nasceu em função de uma ação urgente, focada na população mais vulnerabilizada do Brasil. Por ironia do destino, os povos da floresta amazônica estão morrendo por falta de ar", afirma Natalie Unterstell, co-fundadora do movimento. "Somos empreendedores, antropólogos, comunicadores, economistas, sociólogos e também artistas que se uniram por uma causa comum", diz Nina Valentini, também co-fundadora do UAV.
APOIOS
O movimento conta com o apoio de
diversos nomes da classe artística e empresarial brasileira, como Gisele
Bündchen, Sebastião Salgado, Caetano Veloso, Camila Pitanga, Céu, Débora
Falabella, Fernando Meirelles, Gaby Amarantos, Guilherme Leal, Armínio Fraga,
Ilona Szabó, Raí, Taís Araújo e Thainá Duarte, entre tantos outros. A lista dos
apoiadores pode ser conferida no site.
O fotógrafo Sebastião Salgado compartilhou 14 imagens inéditas de seu acervo para dar luz à campanha. Em vídeo produzido pelo cineasta Fernando Meirelles, Salgado reitera a emergência do enfrentamento da Covid-19 na Amazônia: "Os povos indígenas são extremamente vulneráveis ao Coronavírus. Eles precisam da nossa ajuda. E precisam já".
DADOS
Até 1
de julho, 9.983 indígenas haviam sido infectados pela Covid-19, no Brasil. Já
são 405 óbitos em 121 povos. Os dados são da Articulação dos Povos Indígenas do
Brasil (Apib), compilados pelo Instituto Socioambiental (ISA) na plataforma de
monitoramento "COVID-19 e os Povos Indígenas" (covid19.socioambiental.org).
Segundo o Censo do IBGE, de 2010, haviam 896.917 indígenas no Brasil - o equivalente a 0,47% da população do País. São 256 povos que falam mais de 150 línguas diferentes.
COMO APOIAR
As doações podem ser feitas pelo site www.uniaoamazoniaviva.com, em qualquer valor. A gestão financeira é feita pela SITAWI Finanças do Bem, organização financeira com foco em impacto social, referência em gestão de fundos filantrópicos e socioambientais. O site tem versão em inglês para facilitar doações vindas de fora do Brasil.
CORPO
TÉCNICO
Todas
as ações do movimento seguem rigorosos critérios técnicos, analisados e
avaliados por um comitê formado por nomes como:
Marta
Azevedo (Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Psicossociologia de
Comunidades e Ecologia Social (EICOS/IP/UFRJ) e do Programa de Pós-Graduação em
Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (UFRJ);
Rui
Harayama (Mestre em Antropologia Social e professor Universidade Federal do
Oeste do Pará (UFOPA) no Instituto de Saúde Coletiva);
Messias
Basques (Doutor em antropologia, responsável pela criação da disciplina de
imersão sobre “Povos Indígenas e Políticas Públicas no Brasil”, no curso de
graduação em Administração Pública da FGV-EAESP);
Ana
Lúcia de Moura Pontes (Médica especializada em Educação e Saúde, docente
permanente do Programa de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situações de
Saúde na Amazônia pela Fiocruz-AM e Programa de Pós-graduação em Bioética Ética
Aplicada e Saúde Coletiva pela Fiocruz/UFRJ/UERJ/UFF);
Irineu
Massaia, médico especializado em Doenças Infecciosas e doutor em patologia
(ambas pela USP), MBA em Gestão de Negócios pela FGV-SP e vice-reitor da
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Informações: ProfilePR