Por causa da pandemia de covid-19, infectologistas viram
risco de contaminação no procedimento e estímilo às aglomerações
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) excluiu a necessidade de identificação
biométrica nas eleições municipais deste ano. A decisão foi divulgada nesta
quarta-feira 15, pelo portal R7.
O
tribunal decidiu seguir a recomendação apresentada na noite desta terça-feira
(14) por infectologistas, segundo os quais havia risco de contaminação no
procedimento e estímulo às aglomerações.
A
decisão foi tomada pelo presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, após ouvir
os médicos David Uip, do Hospital Sírio Libanês, Marília Santini, da Fundação
Fiocruz, e Luís Fernando Aranha Camargo, do Hospital Albert Einstein, que
integram o grupo que presta a consultoria.
Médicos e técnicos consideraram dois fatores: a identificação pela
digital pode aumentar as possibilidades de infecção, já que o leitor não pode
ser higienizado com frequência; e aumenta as aglomerações, uma vez que a
votação com biometria é mais demorada do que a votação com assinatura no
caderno de votações.
A
questão deverá ser incluída nas resoluções das Eleições 2020 e levada a
referendo do plenário do TSE após o recesso do Judiciário.
O
grupo deve se reunir semanalmente para definir as regras e a cartilha de
cuidados que serão tomados durante o processo eleitoral.
Os
três médicos acreditam que, em novembro, quando ocorrerá a eleição (dias 15 e
29), a situação da pandemia estará em condição mais controlável do que a atual.
As datas do primeiro e segundo turnos, inicialmente em outubro, foram adiadas
pelo TSE exatamente por essa razão.