"Herói"
da Revolução Acreana ajudou a dizimar os anarquistas no final da República
Velha
Por
Edinei Muniz
No
final da República Velha, também chamada de política do café com leite, período
dominado pela influência de grupos oligárquicos agrários de São Paulo e Minas
Gerais, os setores sindicais brasileiros eram dominados pelos chamados
"anarco-sindicalistas', grupos anarquistas com forte influência na
base operária.
Aliados
aos setores mais contundentes da oposição da época, militares,
governadores e outros, os anarquistas representavam um grave incômodo à
manutenção das oligarquias dominantes da República Velha e atraíram a repressão
do governo de Artur Bernardes (1922-1926), que acabou transformando o
país num permanente "Estado de Sítio" e também palco dos mais graves
atos de violência política desse período da nossa história.
E é
aí que, em meio a tantos prisioneiros políticos decorrentes da repressão
estatal, surge a "Colônia do Oyapoque ou Clevelândia do Norte",
criada inicialmente para ser uma colônia de povoamento na fronteira do Amapá
com a Guiana, mas que acabou se transformando em um campo de concentração para
prisioneiros políticos, a imensa maioria, anarquistas, mas não somente.
Gentil
Norberto, figura que, na Revolução Acreana, já havia demonstrado ser
extremamente violento, atuou como Chefe da Comissão da chamada Clevelândia do
Norte.
Os
relatos apontam para a participação intensa de Gentil em atos de tortura e
morte de centenas de militantes anarquistas durante o conturbado governo de
Artur Bernardes.
Outros
relatos, estes um pouco mais carentes de confirmação, mas, mesmo assim, existentes,
sugerem a suspeita de que muitos prisioneiros políticos do referido período
podem ter sido "desterrados" para o Acre, sendo largados às margens
dos rios para serem escravizados por seringalistas à mando de Gentil Norberto.
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