Por Edinei Muniz
No final dos anos dourados (anos 50) apareceu aqui
em Rio Branco um juiz bastante engraçado chamado Francisco Alves Braga. Ele não
era necessariamente um mau juiz. Não, não era!
Só era um pouco irreverente e de modos e costumes, digamos, bastante
curiosos. Um dos traços curiosos do Dr.
Francisco Braga é que ele não simpatizava nem um pouquinho com assovios. Mas nem um pouquinho mesmo!
Se o sujeito quisesse encrenca era só fazer um
biquinho e assoviar perto dele. Era chaveado na hora. Tinha até uma ordem
oficial do juiz proibindo assovios nas vias públicas e no interior das
repartições. E não estou inventando, a tal ordem existia mesmo.
Quem sentiu na pele o peso do desapreço do Dr.
Braga pelos inocentes assovios foi o médico José Barral y Barral. Eles moravam
no mesmo hotel, o "Hotel Chuí", que ficava ali onde hoje é a
Prefeitura de Rio Branco. E, para piorar, ambos eram vizinhos de quarto.
Pois bem! Sabe como é: o sujeito vai tomar um banho
e coisa e tal, óbvio, muitas vezes rola um assovio, um cantarolar e por aí vai.
O problema é que os assovios do Dr. Barral eram
muito estridentes e o Dr. Juiz, que não gostava nem dos baixinhos, acabou se
chateando e mandou ofício para o delegado, abriu processo, e condenou o digno
Dr. Barral y Barral, acreditem, por assoviar.
As sentenças do Dr. Braga ajudavam a preencher o
anedotário dos jornais cariocas no final dos anos 50. Além dessa, publicada
pelo Jornal do Brasil, existiram outras.
Conto
depois.