Ninguém sinceramente gostaria de estar no lugar de
prefeitos e governadores para administrar, agradando a gregos e troianos, o
comportamento da população e o funcionamento dos estabelecimentos comerciais,
escolas etc., diante da gravidade da Covid-19.
Encontrar o ponto de equilíbrio - eis a questão –
que atenda ao interesse das fontes produtoras de riquezas responsáveis pelo
mercado de trabalho sem comprometer as medidas recomendadas pelas autoridades
mundiais de saúde no combate ao coronavírus, é uma questão desafiadora ainda
sem solução.
Liberar
as atividades sem pareceres técnicos dos profissionais da saúde
favoráveis, quando a doença ainda está em escala ascendente,
representa uma grande irresponsabilidade.
Sem a colaboração efetiva da população, as consequências
de agravamento da epidemia tendem a se estender no tempo, comprometendo a rede
pública de saúde, como também a privada, sem condição de dar pronto atendimento
aos doentes.
A situação é gravíssima. Nos últimos cinquenta
anos, qual foi a epidemia que ceifou tantas vidas em tão curto espaço de tempo?
Segundo o Ministério da Saúde, em 26 de fevereiro ocorreu o primeiro caso de
coronavírus no Brasil.
É
relevante registrar que só no Brasil mais de 1 milhão de pessoas já
foram infectados e mais de 50 mil indivíduos foram a óbitos, em tão
pouco tempo.
Atentem:
50 mil vidas perdidas por coronavírus representam populações inteiras de muitas
cidades, ou um estádio do Maracanã repleto de torcedores.
Ou você
é daqueles empedernidos, recalcitrantes, que não acreditam na doença e
compartilham a falsa ideia de que se trata apenas de uma gripezinha badalada
pele mídia interessada em derrubar o governo, mesmo diante de
evidente quadro dantesco de multidão de enfermos e mortos no planeta?
Ou você
só irá se conscientizar da doença quando alguém de sua família mais
próxima – pai, mãe, filho, filha, esposa, esposo etc. – for atingida e
estiver no sufoco de não encontrar hospital e aparelho respirador para
amenizar a agonia moribunda?
Se por
meios pedagógicos são impossíveis convencer a população dos cuidados contra o
coronavírus - relaxamento no uso de máscaras ou usá-las
de forma inadequada, aglomeração de pessoas em qualquer ambiente etc. -,
só resta como alternativa, para minimizar a proliferação da doença, a
adoção de medida radical e desagradável: multar os transgressores e sujeitá-los
às demais cominações legais.
Júlio
César Cardoso
Servidor
federal aposentado
Balneário
Camboriú-SC