Cássio
Rizzonuto
Os
fatos estão se processando de maneira tão rápida que fica difícil
acompanhá-los. Mas o pano de fundo geral continua sendo a forçosa tentativa de
implantação de pauta comunista (com a vitória dos corruptos de sempre), nele
atuando diversos personagens.
Na politização
da pandemia do coronavírus, o partido Democratas, monitorado pelo presidente da
Câmara, Rodrigo Maia, e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tenta
emplacar o ministro Henrique Mandetta (Saúde), como candidato presidencial no
distante 2022.
As
forças de oposição que se unem contra Jair Bolsonaro congregam integrantes de
instituições que deveriam ser preservadas e livres de partidarismo. O caldo só
não entornou de vez, ainda, porque em tempo de internet e suas redes sociais
grande parte da população se informa e observa com interesse o desmembramento
das questões.
Já
não se fala a respeito do fogo ateado à Amazônia, quando se tentou remover o
presidente. Ninguém se recorda, também, do óleo derramado nas praias do
Nordeste, que cessou de forma milagrosa. O drama, agora, muito mais sério,
expõe vírus chinês no palco, louvando-se ações do mato-grossense do Sul, Luiz
Henrique Mandetta.
O
mesmo Mandetta que Bolsonaro trouxe para a composição de seu Ministério,
resgatando-o de pântano indecoroso onde respondia a processos judiciais, sendo
um deles por conta de enorme prejuízo causado aos cofres públicos, à época em
que respondia pela Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, Capital do
MS.
Mandetta,
hoje considerado santo pelos iludidos de sempre, é investigado “por crimes
relacionados à aquisição e instalação do Gerenciamento de Informações
Integradas de Saúde (Gisa)”. Isso aí custou aos cofres públicos R$ 10 milhões,
mas, segundo auditoria da CGU, meteu-se a mão em R$ 6 milhões! Mandetta é cobra
criada.
Não
se vá propagar ser essa a razão pela qual Rodrigo Maia, que deseja ser
candidato a vice-presidente na chapa de qualquer um que possa ganhar, apoia
Mandetta. Como Bolsonaro bloqueou a roubalheira e o desperdício do dinheiro
público, os corruptos habituais querem removê-lo do cargo a qualquer preço.
Desejam tudo como antes.
O que
muitos não percebem é o duplo jogo do ministro: ele é contra o emprego da
hidroxicloroquina, embora especialistas e cientistas já a defendam abertamente
(existem opiniões divergentes, mas o medicamento tem salvado vidas). O
ministro, sem dúvida, ocupou espaços importantes em sua atuação e já se sente
forte para confrontar Bolsonaro.
No
processo de desvio de recursos financeiros públicos de sua gestão em Campo Grande
(MS), o Ministério Público Federal -MPF - ajuizou duas ações de
improbidade administrativa na Justiça Federal, denunciando 24 pessoas, mais
Henrique Mandetta e o ex-prefeito da Capital, Nelson Trad Filho (MDB), o
Nelsinho (hoje senador), seu primo.
O
problema é que a tentativa de afastar Bolsonaro é tão explícita que dói na
vista. E parte considerável da população está percebendo. Ela envolve
integrantes de diversas instituições, figurões contrariados por não disporem
atualmente do fácil acesso de sempre aos cofres públicos da União.
A
falta do dinheiro público tem causado enorme contrariedade aos afanadores.
Quando passar a fase mais aguda da pandemia, veremos pipocar escândalos em
muitos estados com a subtração de recursos destinados a medidas de controle
sanitário. Nossos homens públicos nunca aprendem. Mandetta, é fato, imagina-se
apto a dar o pulo do gato.