De repente, não mais do que de
repente (como diria o poeta), todos se nomearam grandes democratas. Que bom!
Tudo por conta da manifestação de rua programada para 15 de março, um domingo,
em apoio a reformas pretendidas pelo presidente Bolsonaro. Daí, surgiu muita
gente dita “graúda” manifestando-se “a favor” da democracia.
Altos figurões começaram a se
pronunciar contrários aos protestos do povo. O primeiro a fazer restrição foi o
ex-governador do Ceará e ex-candidato à Presidência, Ciro, o Gomes. Fala-se
muito que o problema do Gomes está relacionado ao uso de drogas, mas não se
conhece a profundidade de tal colocação. É acusação muito grave.
O que se sabe e se tem certeza é que
Ciro, o Gomes, só trata seus desafetos utilizando o adjetivo “canalha”. É tão
empregado, o adjetivo, que se tornou epíteto! Para chamar determinada pessoa de
canalha é como “vou ali, já volto”. Não brinca em serviço. Pois bem: a última
do Ciro foi gravar vídeo supostamente em defesa das instituições.
Ali, chamando Bolsonaro de “canalha”,
a família do presidente de “canalha” e nomeando qualquer um que frequente sua
casa ou círculo de amizades, de “canalhas”, Ciro, o Gomes, dá aula de
democracia, e diz como se deve proceder para alcançar aquele paraíso de
calmaria e de tranquilidade que somente os ungidos são capazes de perceber.
O derrotado ex-candidato presidencial
diz que, para mudar as instituições, tem de ser na base do diálogo, do bom
trato, de dentro para fora. Isso, ao mesmo tempo em que o ministro Gilmar
Mendes (STF), anulou ato da Lava-Jato que investigava o empresário dono da
CAOA, Carlos Alberto de Oliveira Andrade.
O STF tem se posicionado contra as
manifestações de rua e contra o presidente da República. O ministro Celso de
Mello, por exemplo, declarou, depois de Ciro, que “o presidente Bolsonaro não
está à altura das altas funções do cargo que ocupa”. Mas nunca se ouviu nada de
sua excelência contra Lula e contra Dilma no exercício do mesmo cargo.
Agora, o presidente do STF, Dias
Toffoli, que só conseguiu o cargo por ter sido funcionário do PT na sua vida
profissional, diz ser também contra à manifestação do dia 15, porque “ela
atenta contra à democracia”. Reprovado em dois concursos que fez, para juiz de
primeira instância, Dias Toffoli é primor de seriedade.
Ele nunca se posicionou, por exemplo,
sobre denúncia efetuada pela revista digital Crusoé, que expôs documentos,
provas e dados de propina mensal de R$ 100 mil que recebe do escritório de
advocacia de sua esposa, Roberta Rangel. Estranhamente, Celso de Mello jamais
externou sua opinião a respeito do tão delicado tema.
Ninguém sabe o porquê dessas
autoridades se mostrarem tão preocupadas com a democracia, quando jamais
marcaram presença no combate à roubalheira exercida por governos petistas que
quase destruíram a vida de todos. Para se ter ideia, as estatais que davam
prejuízo de mais de R$ 35bi estão dando superávit de mais de R$ 70bi!
E o Congresso Nacional, que há muito
insistem chamar de Parlamento? Como se fosse um primeiro-ministro, Rodrigo
Maia, presidente da Câmara, viaja em avião da FAB por diversos países, ocupando
espaços que pertencem ao presidente da República. Não temos Parlamento, temos
um Congresso Nacional composto de duas Casas.
O próprio Bolsonaro é flagrado
chamando o Congresso Nacional de “Parlamento”, sem atentar para o fato de que
sabichões que Lula da Silva chamava de “picaretas” querem sabotar seu mandato e
tomar conta do orçamento da União.
Uma coisa é certa: ou a população vai
às ruas e mostra que está de medida cheia com desmandos do Congresso Nacional e
a leniência do STF com a bandidagem, ou tudo começará a ruir e o que vem sendo
feito será esmagado num piscar de olhos.