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Nesta
quarta-feira (18), depois de infindáveis apelos do senador Mecias de Jesus
(Republicanos-RR), o governo federal publicou portaria, no Diário Oficial da
União (DOU), fechando “parcialmente” a fronteira do Brasil com a Venezuela. A
restrição é válida por 15 dias. Espera-se que seja o início de mudança há muito
reivindicada.
O
presidente Jair Bolsonaro justificou o ato com a total impossibilidade de a
Venezuela conseguir controlar a transmissão do Covid-19 em seu próprio
território. Como se sabe, o vizinho país atravessa crise de gravíssimas
proporções, devido à escassez de alimentos, medicamentos e o desmonte total de
sua atividade econômica.
Uma
das maiores preocupações de Mecias de Jesus diz respeito ao impacto que poderia
ser causado pelo coronavírus à população indígena do estado. Os silvícolas têm
baixa imunidade a certas doenças portadas pela chamada população branca. Quando
os espanhóis chegaram à América, o impacto causado por enfermidades foi
devastador.
Apesar
de comentar que existe “certa histeria” na insistência do fechamento da
fronteira, e que a medida “não irá realizar mágica”, o presidente rendeu-se aos
argumentos do senador roraimense. Ele sabe que o congressista conhece como
poucos a situação de toda a região e que seus apelos frequentes são
fundamentados em inquestionáveis razões.
O
presidente Bolsonaro fez questão de deixar claro que o fluxo de mercadorias com
a Venezuela “continuará aberto”, e que este não é o caso de “fechamento total”.
Ele disse que se tomasse medida radical, com o fechamento total, “a economia de
Roraima iria desancar”.
Na
CNN brasileira, nova emissora de televisão que entrou em funcionamento no
início desta semana, o noticiário destacou a importância da posição assumida pelo
senador Mecias de Jesus, que discursou várias vezes em plenário pedindo que a
fronteira fosse fechada. Pessoas ligadas ao estado elogiaram a aplicação da
medida.
Quanto
ao representante roraimense, fez questão de deixar claro que teria preferido o
fechamento total, até que passe o momento de dificuldade causado pelo surto do
coronavírus, e enquanto a Venezuela procura saída para a crise política que a
mergulhou numa ditadura.