Quatro vítimas de latrocínio no DF de fevereiro até agora. A última
vítima foi assaltada e morta com uma facada enquanto aguardava o Uber na
plataforma superior da rodoviária do Plano Piloto; a mesma plataforma que João
de Santo Cristo certo dia parou e disse: “meu Deus, mas que cidade linda”.
João sempre esteve certo!
Brasília é mesmo linda, está apenas entregue para prioridades das quais a
segurança não é necessariamente uma delas.
Joanisval Gonçalves, um
grande amigo consultor do Senado Federal, sempre me encantou ao dizer que
vislumbra uma Brasília como a vitrine do país. Tudo que fosse bom e de
referência deveria partir daqui: uma cidade modelo para o Brasil.
Somos anfitriões de toda a
estrutura do governo federal, agências, autarquias. Sede da inteligência de
grandes corporações. Decisões são tomadas daqui. Abrigamos o presidente da
República e seus ministros, Senadores e Deputados. Por que não somos
referência? Na verdade, de que somos referência? Sede do poder administrativo?
Grande coisa! Precisa-se de mais!
Outro dia, conversava sobre
o nível zero de criminalidade da Noruega. Faltam criminosos por lá. Sem
comparações esdrúxulas, apenas pergunto: qual o dever de casa que a Noruega fez
que ainda não conseguimos fazer?
Sou um crítico veemente do
Detran e de suas operações espetaculosas de apreensão de carros de
trabalhadores que, por muitas vezes, pedalam mensalmente em seus orçamentos
para fecharem as contas. Agentes de transito são importantes, mas estão fazendo
isso da forma errada.
Obviamente, entendo o
motivo pelo qual o Detran tem mais estrutura do que outras polícias: eles
arrecadam e movimentam uma indústria volumosa.
Drones do Detran são
capazes de flagrar – e multar, é claro – veículos estacionados em locais não
permitidos e outras infrações. Contudo, esses mesmos drones não servem para
coibir os atentados contra a segurança do brasiliense nas ruas. O que vale
mais: um carro apreendido no pátio por falta de licenciamento ou um cidadão
esfaqueado após um roubo?
Resumo: segurança é uma
questão de prioridade e de valor! O GDF costuma dar uma resposta rápida e
eficiente quando uma situação de maior proporção ameaça a imagem do governo,
colocando em risco o resultado de uma eleição.
Agora, casos “esporádicos”,
uma facada aqui e outra ali, simplesmente “acontece” e nada pode ser feito.
--
Fabrício Fernandes
de Jesus