A
Câmara dos Deputados derrubou decisão do ministro Celso de Mello (STF), que
havia afastado o deputado federal José Wilson Santiago (PTB-PB), de suas
funções no Legislativo. A coisa é bem grave: para aquele ministro ter tomado
tal decisão (o afastamento) é porque a fedentina tonara-se insuportável. O
deputado é acusado de roubo.
Como
se sabe, Celso de Mello não é considerado portador de “fé inabalável”. No livro
“Código da Vida”, do falecido ex-ministro da Justiça (no desgoverno Sarney),
Saulo Ramos, Celso é chamado de “juiz de merda” por agir de forma diferente da
combinada na votação de um processo. Foi Saulo quem o indicou para o STF.
Wilson
Santiago tem a mesma cara do vilão do bem-sucedido filme, “O Máscara”, dirigido
pelo norte-americano Chuck Russel e lançado em 1994. Quem por acaso acabar de
assistir a película e encontrar em seguida o deputado na rua correrá em
desespero agarrado a seus pertences. Não se sabe se ele é o vilão ou se o vilão
é ele.
Na
votação da imoralidade (retorno de sua excelência), estão os votos favoráveis
de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Arthur Lira (PP-AL). Os dois são como carne e
unha e se revezam no arrumado comando da malfadada legenda. Os dois podem ser
qualificados pelo adjetivo finório: espertalhões, maliciosos, ladinos,
ardilosos, astutos e sagazes.
Aguinaldo
é mais “jeitoso”: não levanta a voz nem encara ninguém. Age à sorrelfa, por
debaixo da moita. Os seus pecados são cometidos em segredo. Temente a Deus e
evangélico, é o tipo de crente que carrega a Bíblia como se fosse um pé de
cabra: para abrir todas as portas. Segundo o STF, ele faz parte do “quadrilhão
do PP”.
Mesmo
num STF leniente, que não quer figurão preso, que deixa processos correrem até
que os envolvidos morram, que desmoraliza todo e qualquer princípio, Aguinaldo
virou réu num desvio de R$ 390 milhões! O quadrilhão do PP é formado por ele,
Arthur Lira (AL), Eduardo da Fonte (PE) e o senador Ciro Nogueira (PI).
Com
relação a Arthur Lira, este é considerado um “bruto”. Dizem que gosta de
intimidar. Tido como violento, já foi acusado até mesmo de bater na mulher, em
2006, mas absolvido pelo STF, em 2015. Não havia prova na acusação e a agressão
foi caracterizada como invenção da ex.
O
projeto de Aguinaldo Ribeiro e de Arthur Lira é dominar o Congresso Nacional
que eles chamam de “Parlamento”. Com as habilidades manipulativas do primeiro e
a postura agressiva do segundo, vão se envolvendo em acusações de roubos e
desvios, levando a vida na flauta e na alegria perene.
São
aliados incondicionais do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e de quem mais
estiver no poder. Na Paraíba, onde Aguinaldo Ribeiro tem suas ramificações, o
projeto é ser governador. Enquanto a população não descobrir quem se esconde
por trás de sua cara de “ingênuo” e bom moço, ele irá conquistando e metendo a
mão.
Por
enquanto, estão associados na tarefa de ascender à Presidência da Câmara, (os
olhos postos na sucessão de Rodrigo Maia), favorecendo corruptos e agradando
salafrários. Tudo isso, solapando os esforços da administração federal e o
combate à corrupção. É só verificar como se comportam.
O
problema da maioria dos que lá se encontram, no tal “Parlamento”, é que
surrupiar dinheiro público, na gestão Bolsonaro e com o ministro da Justiça,
Sérgio Moro, é exercício de muita paciência, pois ainda não se abriu nenhuma
brecha visível. Mas eles “estudam” como fazer isso todos os dias.