
No Chile, os protestos começaram no dia 17 de
outubro, após o governo de Piñera ter aumentado o preço das passagens
do metrô. Mesmo após o presidente ter voltado atrás e cancelado o
aumento, as manifestações não cessaram. Piñera ainda anunciou pacotes de
medidas para conter a insatisfação dos chilenos, mas o anúncio não acalmou os
protestos.
O Chile foi palco das manifestações mais violentas
e numerosas dos últimos trinta anos.
No entanto, após mais de 20 dias de protestos, o
presidente chileno admitiu, pela primeira vez, a hipótese de reformar a
Constituição, elaborada durante a ditadura de Pinochet. "Estamos dispostos
a discutir tudo, incluindo uma reforma da Constituição", disse Piñera.
Entre as medidas para conter as manifestações, o
presidente chileno anunciou um pacote de ajuda para 6.800 pequenas e
microempresas afetadas pela crise social, além de um aumento de 20% nas
aposentadorias básicas, um aumento do salário mínimo para US$ 482, um imposto
para os ricos - aqueles que têm renda superior a onze mil dólares por mês, e
uma redução nas contas de eletricidade. Piñera também trocou oito de seus 24
ministros.
Na Bolívia, Morales enfrenta manifestações
desde 21 de outubro, dia seguinte às eleições gerais. Com uma apuração
confusa e com suspeitas de fraude eleitoral, Morales foi eleito em primeiro
turno para o seu quarto mandato consecutivo.
Em um primeiro momento, a oposição pedia que as
eleições fossem a segundo turno. No entanto, com o passar dos dias e as
crescentes manifestações, os opositores recrudesceram o discurso e passaram a
pedir o cancelamento das eleições, um novo pleito e a renúncia de Morales.
Movimentos oposicionistas fazem uma paralisação no
país, sem data para acabar. Eles decidiram paralisar as instituições
estatais e as fronteiras da Bolívia, com a ressalva de deixar funcionando os
aeroportos internacionais e serviços básicos essenciais e emergências médicas.
Uma Missão da Organização dos Estados Americanos
(OEA), com 30 especialistas, realiza uma auditoria para determinar se houve ou
não fraude nas eleições. Morales afirmou que, se forem detectadas
irregularidades, ele estará disposto a ir para o segundo turno. O resultado da
auditoria deve ser divulgado na semana que vem.Com informação: Agência Brasil