Cássio Rizzonuto
A senadora juíza Selma (MT), e o
senador Styvenson Valentim (RN), ambos do Podemos, denunciam nas redes sociais
manobra de Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, para enterrar a PEC
de segunda instância. Existe acordo de Alcolumbre com o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), nessa direção.
A maioria da população fica sem
entender razões pelas quais os presidentes das duas Casas do Congresso Nacional
agem dessa maneira. Primeiro, os dois criaram cenário em que a PEC só seria
votada no próximo ano. Agora, percebe-se que a manipulação vai mais longe,
fazendo com que a Proposta jamais seja aprovada.
Quem tem pouquinho de memória
lembra-se do que ocorreu com o pacote anticrime, elaborado pelo ministro Sérgio
Moro (Justiça) e encaminhado ao Congresso Nacional. Ele foi deformado,
pisoteado, desmontado e, agora, parece mais um documento pró-crime. No início
da gestão Bolsonaro, houve redução da criminalidade.
Com a soltura dos reclusos, pela
decisão esdrúxula do STF, teme-se que os índices voltem a crescer. O STF fez de
tudo para liberar Lula da Silva (os membros da Instituição buscam agora uma
forma de anular seus processos), mas a decisão teve alto preço: colocou nas
ruas outros bandidos de alta periculosidade.
Afinal, que desejam os presidentes
das duas Casas Congressuais? O que temem? Rodrigo Maia, que pretende ser
candidato a vice-presidente em 2022 (com qualquer um que exiba mínima chance),
tem o codinome “Botafogo” na planilha da Odebrecht e foi flagrado em
investigações da Lava-Jato. Responde a três inquéritos no STF.
Davi Alcolumbre é alvo de duas
investigações no STF, por irregularidades na campanha eleitoral de 2014. Nem
Rodrigo Maia nem Davi Alcolumbre têm formação superior e, se por acaso exibirem
diploma, nenhum dos dois será capaz de completar ditado dos que eram efetuados
no antigo curso primário.
Não é apenas a pecha de corrupto que
calha bem à maioria esmagadora de nossos homens públicos. Eles cultuam
analfabetismo crônico capaz de envergonhar a qualquer um. Não conseguem se expressar
corretamente no idioma pátrio e desconhecem história e rudimentos de filosofia.
Mesmo quando estudam o mínimo, agem de forma avacalhada.
Como o atual governador do Rio de
Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Ex-fuzileiro naval, advogado e ex-juiz federal
(com longa atuação), terminou humilhado no Peru, durante decisão futebolística,
ao se ajoelhar aos pés do jogador do Flamengo, Gabriel Barbosa, que a mídia
apelidou de Gabigol. Não pode existir vergonha maior!
A população brasileira não tem para
onde correr e parece não existir alternativa. Os eleitos, a cada legislatura,
são piores do que os enxotados da anterior. O nível de analfabetismo cresce
visivelmente. A maioria dos ungidos pelo voto só é ouvida por ocupar cargos
importantes, mas nada tem a acrescentar ou fazer.
Os que entram são piores do que os
que saem, já considerados dignos de desprezo e dó. Se quiser aprovar projetos
importantes, a população terá de viver nas ruas.