Policiais
cercam a embaixada da Venezuela em Brasília - 13/11/2019 (VALERIA
PACHECO/AFP)
A Embaixada da Venezuela em
Brasília foi ocupada no início da manhã desta quarta-feira 13, por seguidores do líder opositor Juan
Guaidó , presidente da Assembleia Nacional daquele país e reconhecido
como “presidente interino” pelo Brasil e mais cerca de 50 países.
Um dos homens que
ocupou a Embaixada
é uma figura que conhece, como poucos, o esquema de segurança mantido pelo
regime do ditador Nicolás
Maduro. O major José
Gregorio Basante serviu ao
longo de vinte anos as Forças Armadas da Venezuela, até decidir abandonar o país
e escapar para o Brasil por meio da fronteira de Pacaraima, em Boa Vista. A
fuga aconteceu em maio deste ano, quando Juan Guaidó já havia sido reconhecido
presidente da Venezuela pelo governo brasileiro, e se deu após um longo
processo de perseguição.
De acordo com o jornal O Globo, há
versões contraditórias do episódio. Segundo um comunicado divulgado mais cedo
pela “embaixadora” designada por Guaidó para o Brasil, María Teresa
Belandria , um "grupo de funcionários" da embaixada teria
entrado em contato com os representantes do governo autoproclamado para
informar "que reconhecem Juan Guaidó como presidente" da Venezuela.
O grupo, segundo o comunicado,
“entregou voluntariamente” a sede diplomática da Venezuela no Brasil à
oposição. Funcionários que estavam dentro da representação diplomática teriam
sido notificados da ação e convidados a aderir ao movimento, "garantindo
todos os direitos trabalhistas".
Já Freddy Menegotti , encarregado de negócios da
Venezuela no Brasil, nomeado pelo governo de Nicolás
Maduro , afirma que a embaixada foi invadida, em uma ação
calculada para coincidir com a cúpula dos líderes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul), que começou nesta quarta em Brasília. Diferentemente do Brasil,
todos os demais países do grupo reconhecem Maduro como presidente legítimo.
Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da
Presidência da República chamou de “invasão” a ocupação da embaixada da Venezuela em Brasília por partidários do líder opositor Juan Guaidó e afirmou que o presidente Jair
Bolsonaro “jamais tomou
conhecimento e, muito menos, incentivou” os atos.
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