Evo
Morales renunciou neste domingo (10) ao cargo de presidente
da Bolívia,
após uma escalada nas tensões no país. O anúncio foi feito em rede nacional,
pela televisão. O vice-presidente, Álvaro García Linera, também apresentou a
renúncia. Evo perdeu o apoio das forças de segurança e de
seus principais aliados
Evo ainda classificou a situação como um golpe: "Lamento muito
esse golpe cívico, e de alguns setores da polícia que se juntaram para atentar
contra a democracia, contra a paz social com violência, com amedrontamento para
intimidar o povo boliviano."
Depois de acusar a oposição de atos violentos, ele terminou: "Por
essas e muitas razões, estou renunciando, enviando a minha carta renúncia à
Assembleia Legislativa Plurinacional da Bolívia. Muito obrigado".
Evo havia dito, mais cedo neste domingo (10), que convocaria novas eleições, após a Organização dos Estados Americanos, OEA, divulgar que as eleições de 20 de outubro haviam sido fraudadas. Ele lembrou isso em seu pronunciamento de renúncia: "De manhã cedo estivemos reunidos com alguns ministros e decidimos, inclusive, renunciar ao nosso triunfo para que novas eleições ocorram em toda a amplitude".
Não está claro como vão acontecer as novas eleições e nem se ele mesmo
será candidato. Mais cedo, ao anunciar a nova votação, Evo disse que elas são
importantes para que o povo boliviano possa eleger novas autoridades,
"incorporando novos atores políticos".