Em clima tenso e após quase quatro
horas de obstrução patrocinada por partidos de
oposição, como PT e Psol, a deputada Caroline de Toni (PSL-SC) apresentou, nesta quarta-feira (16), seu parecer pela admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 410/18, que deixa clara a possibilidade de prisão após
condenação em segunda instância. Ela também votou pela admissibilidade da PEC
411/18, apensada, que trata do mesmo tema. Fonte: Agência Câmara Notícias.
Toda essa polêmica é por causa do ex-presidente Lula, hoje preso,
e julgado em três instâncias. Se fosse um Zé ninguém, não se estaria
perdendo tempo, pois o fato já foi sacramentado pelo STF, em novembro de 2016,
e que gora alguns ministros querem rever a própria decisão da Corte,
uma vergonha!
Mas estão certos os parlamentares que pretendem corrigir a
Constituição como baliza para impedir a impunidade ou protelação
desmedida de transgressores legais.
Lamenta-se a má vontade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que
não abraça a causa e tergiversa ao alegar que não se pode criar atrito com a
Suprema Corte.
Ora, é da função somente do poder Legislativo legislar e não ficar
acomodado assistindo ao Judiciário legislar em seu lugar. Pois, a decisão
que consagrou a prisão após julgamento em segunda instância já era
para ter sido objeto de inserção constitucional.
Apenas os indecorosos e aliados de corruptos não aceitam a
implantação da prisão em segunda instância, condição que não tira do preso o
direito de continuar a se defender.
“O mundo nos vê como um paraíso de corruptos e acho que nós temos
que superar essa imagem, e não há como superar essa imagem sem o enfrentamento
determinado da corrupção, dentro da Constituição e dentro das leis”,
acrescentou o ministro do STF Luís Roberto Barroso.
"Se o STF decidir que a prisão ocorra somente após o trânsito
em julgado, o país ficará extremamente isolado, em matéria penal, entre outros
países democráticos. Uma decisão nesse sentido favorece a impunidade",
afirmou a subprocuradora geral da República Luiza Frischeisen.
Não se trata de ferir
cláusula pétrea, mas apenas de atualizar a constituição a procedimentos
positivos adotados em outros países (Alemanha, Argentina, Canadá, Espanha, EUA,
Inglaterra). Na ONU, 193 dos 194 países filiados têm prisão em
primeira e segunda instância.
*Júlio César Cardoso
Servidor Federal aposentado
Balneário Camboriú-SC