Greve pode ser deflagrada a partir do dia 3 de
setembro por culpa da empresa
A presidente do
Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do
Acre (Sintect/AC), Suzy Critiny, encaminhou ofício pedindo ao Tribunal Superior
do Trabalho (TST) a mediação de novas negociações para evitar que haja greve,
resultando na paralisação das entregas, além de apresentar denúncias contra a
estatal. A categoria cobra a manutenção de agências dos Correios em todo país,
a contratação de funcionários e a retomada da entrega diária.
Segundo a
sindicalista, a direção da empresa tenta sucatear os serviços para buscar um
forte argumento de venda da estatal, mas, caso haja a privatização, Estados
como o Acre poderão ficar sem a entrega de encomendas e sem banco postal,
agravando ainda mais as dificuldades vividas pela população que mora em
localidades mais distantes e que não geram lucros para as empresas privadas.
“No TST, os
sindicatos fecharam um acordo com a diretoria dos Correios para que até o dia
31 de agosto não existisse paralisação ou greve, mas, para isso, a empresa
deveria cumprir os acordos fechados anteriormente e deveria buscar uma
negociação com a categoria”, explicou Suzy Cristiny.
A presidente do
Sintect/AC explicou que entre as reivindicações está a contratação de novos
carteiros, a melhoria da estrutura das agências.
“Durante a coleta de
assinaturas contra a privatização, a diretoria do Sindicato também recolheu as
reclamações dos clientes. A maior queixa é a falta de entrega em alguns bairros
e em outros as faturas que chegam com atraso. Esses problemas poderiam ser
resolvidos com a contratação de empregados e a retomada da entrega diária,
bandeiras nossas para que haja melhorias para a população. Acontece que o
Ministério da Comunicação delimitou que as entregas não fossem mais diárias,
prejudicando o cliente”, detalhou a sindicalista.
Caso não haja
intermediação do TST e os Correios continuem rejeitando a negociação, os
trabalhadores podem ser obrigados a entrar em greve a partir do dia 3 de
setembro.
“Não queremos greve,
mas a diretoria dos Correios está acabando com a empresa e com os direitos dos
trabalhadores. Queremos apenas melhores serviços para a população e respeito
aos trabalhadores”, finalizou a representante do Sintect.
O Sintect e a
Fentect tentam prorrogar a negociação, ampliando a validade do acordo coletivo,
mas a estatal vem negando o diálogo, deixando a categoria desamparada, sem
cobertura dos benefícios adquiridos historicamente.
Freud Antunes