Intensificam
as divergências internas no PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, em
relação à CPI da Lava-Toga, que tem por objetivo investigar o
“ativismo judicial”, principalmente no Supremo Tribunal Federal.
Nesta
segunda-feira 16, o líder do partido Major Olímpio (PSL-SP)
pediu a saída de Flávio Bolsonaro na
sigla. “Nós que representamos a bandeira anticorrupção do Presidente. Eu tentei
convencê-la (senadora Juíza Selma, de saída
para o Podemos) a ficar e resistir conosco.
Quem tem que cair fora do PSL é o Flávio, não ela. Gostaria que ele saísse hoje
mesmo”, disse ao jornal O Estado de S.Paulo.
Quem
tem rabo preso e sujo que aguente as consequências. O que não pode é
continuar a velha prática de acobertamento de malfeitos dos políticos.
Se
se critica e deseja punição dos demais políticos indecorosos, que se locupletam
com o dinheiro público, por que o senador Eduardo Bolsonaro, com a
sua atuação política no RJ comprometida com as denúncias do Coaf, tem que
ser protegido com o beneplácito do ministro, do STF, Dias
Toffoli, que suspendeu provisoriamente a investigação do senador por corrupção?
Quem
tem de deixar o partido é o próprio senador Flávio Bolsonaro, que está
maculando a imagem do PSL e comprometendo também a imagem do presidente da
República, e não a senadora Selma Arruda.
Não
se trata de pretender atingir a governabilidade presidencial ao exigir-se que
tenha curso e julgamento justo o envolvimento de Flávio Bolsonaro com o
episódio do Coaf, que detectou dinheirama suspeita na conta de Fabrício Queiroz,
ex-assessor do senador.
Trata-se
apenas de a sociedade querer ver seguir uma investigação sem
intervenção do STF, ou de quem quer que seja. Pois, sempre a sociedade escuta a
encardida tese de que a União não tem recursos para atender plenamente aos
setores da saúde, educação, segurança etc., mas, contraditoriamente, os
recursos existem e continuam a jorrar para forrar as meias, as cuecas, os
bolsos e custear a opulência e boa vida de políticos.
Se
desejamos punição legal, por exemplo, aos políticos de partidos de esquerda que
cometeram ou venham a cometer atos indecorosos na vida política, não podemos
aceitar, de outra forma, que elementos do PFL ou de partidos não alinhados à
esquerda sejam beneficiados pela não investigação e punição de seus atos.
Assim,
diante de decisões polêmicas proferidas por membros do STF, faz-se
necessária, para salvaguardar a respeitabilidade do Judiciário, que este seja
objeto de investigação pelo Senado Federal, o mesmo órgão responsável pela
aprovação de seus ministros.
Júlio
César Cardoso
Servidor
federal aposentado
Balneário
Camboriú-SC